Bruno Twiaschor

Bruno Twiaschor, gerente de ISP no Brasil de "O Site". Formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, trabalhou em várias empresas de comunicação como a Ericsson, Multicanal e GloboCabo.

neomarkets:

O que é "O Site"?

Twiaschor:

A idéia do El Sítio é ser um ICP (Internet Content Provider, provedor de conteúdo na Internet) de língua latina. Temos presença em vários países da América Latina, Miami e na Espanha. Além do conteúdo, temos outras duas unidades de negócio: ISP (Internet Service Provider, provedor de acesso à Internet) e e-commerce. Mesmo nos lugares que não provemos acesso, funcionamos como um portal para o público latino.

neomarkets:

E quanto aos serviços de acesso diferenciados? Existem projetos para prover a Banda Larga (acesso de alta velocidade)?

Twiaschor: Há muitas oportunidades de conectividade hoje, o primeiro projeto desse tipo deve sair no Brasil. A banda larga vai crescer no Brasil ainda esse ano. No momento, está fácil de fazer acordos com empresas como a Globo Cabo, TVA, Telefonica, Telemig e outras empresas para prover o acesso em banda larga. Outra opção é via wireless (transmissão sem fio por meio de ondas de rádio), você instala uma antena no alto de um prédio e faz um cabeamento para todos os apartamentos como uma rede ethernet (padrão usado nas redes de empresas). Existem várias outras possibilidades. A legislação é boa para os provedores. As empresas de TV a cabo não podem prover acesso. O @Jato, por exemplo, é uma empresa separada da TVA. E o @Jato é obrigado a nos oferecer o mesmo acordo que tem com a TVA. A relação é a mesma entre Globo Cabo e a Globo.com. O mesmo vale para as empresas de telefonia.

neomarkets:

Vale a pena prover ou planejar prover conteúdo exclusivo para a Banda Larga?

Twiaschor: Não adianta apenas disponibilizar o acesso e o usuário. É preciso criar um tipo de conteúdo novo, mesclando os dois meios de comunicação (Internet e televisão). A convergência não é uma TV com um teclado para passar E-mails e nem assistir programas de TV pela Internet. Devem ser criados novos conteúdos as possibilidades são inúmeras. Na comunicação, por exemplo, com o barateamento das câmeras pode ser criado um serviço semelhante ao ICQ (serviço de mensagens instantâneas na Internet) só que com imagens ao vivo. O usuário vai poder falar comunicar-se com qualquer usuário conectado por meio de uma "janela" na tela da televisão, por exemplo. No serviço de banda larga, o futuro reserva grandes surpresas, tem muita gente pensando nesse novo conteúdo e muitas surpresas virão.

neomarkets:

A banda larga vai trazer maior fidelidade aos provedores de conteúdo ligados a provedores de acesso?

Twiaschor: Quando o usuário tiver acesso a banda larga, será mais efetivo quando for acessado o conteúdo do próprio provedor de acesso. O usuário fica dentro de nossa rede, onde controlamos a qualidade do serviço. Se o usuário de outro provedor resolver visitar nosso conteúdo dependerá da Internet, pois a informação precisa passar pela rede entre o provedor do usuário e o nosso. Isso gera um gargalo. Por exemplo, mesmo com um acesso direto à Internet, uma conexão muito rápida, continua sendo muito difícil assistir ao conteúdo de vídeo de outros sites porque o caminho entre os provedores é mais lento que entre a casa do usuário e o provedor. Em serviços de vídeo streaming (transmissão de vídeo pela internet) dificilmente vai se conseguir acesso passando fora de seu provedor, pois o gargalo fica na própria Internet.