Kia Joorabchian, Kaká, Manchester City e as oportunidades no futebol brasileiro

Não acompanho futebol. Sou são paulino de antigamente, só assisto a final... nos últimos tempos nem isso.

Por isso, não sei se é novidade o envolvimento do empresário Kia Joorabchian na fracassada tentativa de transferência do Kaká para o Manchester City.

De qq modo, o nome que não deve trazer muito boas lembranças para a torcida do Corinthians pode causar dores de cabeça para o pessoal do Manchester City, informa o Guardian.

Inside sport: David Conn on Manchester City, AC Milan, Kaka and the Kia Joorabchian link | Sport | The Guardian

The report which officially revealed that Milan were talking to City, carried on the Mediaset website – part of the Milan owner Silvio Berlusconi's communications empire – stated: "To open the negotiations for the Brazilian star, City managing director Garry Cook arrived from Manchester with two representatives of Mansour bin Zayed Al Nahyan, City's owner … Kia Joorabchian, an ­independent mediator from Sports Investment, was also present. It was a high-powered meeting for what could become the biggest transfer in the history of football."

The potential difficulty for City is that Joorabchian is not a licensed agent. ­English clubs are prohibited by the Football Association, in the strongest terms, from involvement with unlicensed agents at any stage of a proposed transfer.

Pelo texto, não parece ser muito complicado conseguir uma licença para agenciar jogadores na Inglaterra. Basta passar em um teste de múltipla escolha e pagar um seguro de 5 mil libras por ano.

Não entendi pq o Kia não regularizou a situação dele até agora... O sujeito já uma figura pública por lá desde o empréstimo do Tevez e do Masquerano para o West Ham há dois anos e meio.

Talvez seja pq a Premier League, depois da transferência do Tevez tenha proibido que empresários sejam "donos" de jogadores, coisa ainda comum por aqui.

Inside sport: David Conn on Manchester City, AC Milan, Kaka and the Kia Joorabchian link | Sport | The Guardian

The Premier League has since banned third-party ownership, following the Tevez affair, but it remains common in South America, where investors buy the rights of promising young players. Joorabchian represents investors – unnamed – now understood to own the rights to 60 or 70 players across Europe and South America. His activities, though, have widened way beyond "the rights business", his contacts book burgeoning while he has stayed closely in touch with the game and the much-coveted players of Brazil.

O Brasil é um país de gente que sabe jogar futebol. No gramado, não devemos nada para ninguém.

Na maioria dos países do mundo, quando a seleção local é eliminada da Copa, as pessoas acabam torcendo para o Brasil. A seleção brasileira é um dos poucos casos de um time extremamente vencedor que não é odiado pelas torcidas adversárias.

A Inglaterra é um país que sofre a cada 4 anos para se classificar para a Copa, mas sabe organizar e ganhar dinheiro com futebol.

Os clubes lançaram ações na bolsa (o que obriga uma administração mais profissional e transparente), os estádios estão sempre cheios e a violência das torcidas organizadas é controlada com rigor e praticamente desapareceu (sem a polícia atirar na cabeça de nenhum torcedor).

O campeonato deles é transmitido para todo o mundo e times como o Manchester United tem torcida que consume de badulaques temáticos até na China.

Além disso, não sei exatamente o motivo, bilionários russos e sheiks árabes investem fortunas para transformar times relativamente pequenos em membros do Clube dos Treze.

Aqui, lamentamos os inúmeros moleques que demonstram talento, são "comprados" por "agentes", levados para fora do país e passam toda a carreira profissional sem pisar em lugares como o Maracanã, Morumbi e Mineirão.

Por lá, uma reclamação comum é o excesso de jogadores estrangeiros nos grandes clubes que diminuiria as oportunidades de formar jogadores experientes justificando os constantes fracassos da seleção inglesa.

Talvez nossa seleção seja melhor por ter jogadores atuando em várias partes do mundo, expostos a diferentes técnicas e estilos.

Dinheiro demais pode piorar o nível da seleção nacional... mas não é uma faca de dois legumes, como diria Vicente Matheus. O excesso de grana é mais fácil de resolver que a falta, né?

Além disso, são os torcedores do Manchester City que podem ver as pedaladas do Robinho ao vivo toda a semana.

De qq modo, acho que o desequilíbrio nas relações futebolísticas entre o Brasil e a Europa vai acabar diminuindo com o tempo.

Imagino que o trauma da passagem do Corinthians pela segunda divisão tenha aumentado a desconfiança em soluções milagrosas sem muita transparência como a parceria com a MSI.

Tb acho q caudilhos como o Eurico Miranda tendem a desaparecer naturalmente... IMHO, a sociedade brasileira já não confunde facilmente a arrogância com carisma e a truculência com liderança.

Talvez falte ainda perceber com mais facilidade a diferença entre a vontade e a capacidade, mas tamos aprendendo.

Cedo ou tarde, todos os torcedores vão notar que clubes melhor administrados, como o São Paulo, tendem a ter mais sucesso dentro do campo e surgirá uma nova geração de cartolas.

Futebol brasileiro é uma "marca" valiosa pouco aproveitada.

Com cartolas mais bem preparados e clubes com contas transparentes não deve difícil atrair investidores sérios para criar, empacotar e vender os campeonatos e times brasileiros para resto do mundo.

Isso sem contar com novas oportunidades no mercado interno que deve continuar crescendo enquanto houverem pobres para transformar em consumidores.

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