Lei de Metcalfe: um dos princípios da nova economia

Muito se fala da nova economia, dos grandes investimentos em empresas que dão prejuízo e da disputa para distribuir gratuitamente produtos que custam caro para serem desenvolvidos.

As empresas de tecnologia, não utilizam os mesmos parâmetros que determinam o preço do ouro, de Mercedes Benz e de canetas Mont Blanc.

Na velha economia o valor de um produto é determinado por sua raridade e dificuldade de obtenção. Na nova economia, o valor de um produto é calculado de acordo com o número pessoas que o utilizam.

Esse princípio ficou conhecido como Lei de Metcalfe (batizada em homenagem a seu criador, Bob Metcalfe) e pode ser aplicada a qualquer produto ou serviço de tecnologia.

De acordo com a teoria, o valor de uma rede é igual ao número de usuários ao quadrado. Isto é, na nova economia o valor da rede é maior do que a da soma de seus integrantes.

A explicação é simples: o primeiro fax produzido em 1965 não valia nada, apesar de ter custado milhões de dólares para ser desenvolvido.

Afinal, não havia ninguém para trocar documentos. Quando o segundo aparelho saiu da linha de montagem já tinha algum valor, pois poderia trocar documentos com o primeiro, que também foi valorizado.

O fax passou a ser útil a partir do momento em que um certo número de pessoas aderiu à novidade. Depois de atingir uma quantidade expressiva de usuários, o valor da tecnologia cresce exponencialmente, pois quanto mais valor é percebido, maior o número de usuários se sente atraído pela nova tecnologia.

Na nova economia, produtos e serviços são distribuídos a preços baixos ou mesmo de graça para aumentar a velocidade em que a nova tecnologia consegue atrair essa massa crítica de usuários.

A cada ano, os produtos têm mais qualidade e ficam mais baratos.

As observações de Metcalfe foram confirmadas pelo crescimento explosivo da Internet. Apesar de existir desde os anos 60, atingiu uma massa crítica de usuários em 1993, logo depois da invenção da World Wide Web.

No caso da Internet, foi o fator que tornou mais fácil sua utilização atraindo novos usuários e bilhões de dólares em investimentos.

Os empresários de hoje devem estar conscientes da Lei de Metcalfe. A Internet sempre foi baseada em um padrão público, gratuito, o que a fez crescer e atingir a massa crítica de usuários, sem nenhum investimento em propaganda, ou qualquer tipo organização.

Uma das empresas a aplicar os princípios de Metcalfe foi a Netscape. Em 1995 a fabricante de programas de computador começou a distribuir gratuitamente o Navigator, software de navegação que abocanhou imediatamente 80% do mercado de browsers, atingindo o sonho dourado de conseguir obter a massa crítica de usuários.

Por isso, quando as ações da Netscape chegaram as bolsas, o preço inicial passou de U$ 14 para U$ 150 em poucos dias, elevando o valor da empresa para U$ 3 bilhões.

A popularização do browser incentivou a criação de sites aumentando ainda mais a demanda do Navigator.

A Netscape ganhou dinheiro através de uma variada gama de serviços e produtos para a administração de sites, construção de Intranets (redes para empresas usando o padrão da Internet) e propaganda em seu site, que recebia milhões de usuários interessados em obter o Navigator.

A Microsoft conseguiu engolir a Netscape, que ainda tem usuários fiéis, mas teve muita dor de cabeça para tirá-la da liderança.

A empresa de Bill Gates foi obrigada a gastar milhões de dólares e usar de práticas que podem ter violado a lei anti truste americana para conseguir desbancar o novo concorrente.

Não podemos negar mais o óbvio: o paradigma mudou e os negócios não serão mais do jeito que eram feitos antigamente.

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