M$N e o chat

Por algum motivo a decisão da M$N de fechar salas de bate-papo (veja BBC, the Age e Guardian) ganhou destaque em todo o mundo.

Organizações que lutam contra a pedofilia aplaudiram. Engraçado.

A máquina de relações públicas da M$ vendeu a coisa como uma iniciativa para proteger as criancinhas dos pedófilos e muita gente comprou a idéia. Há alguns problemas com esse argumento.

Um dos velhos conceitos da internet que continua valendo é a irrelevância da geografia. Portanto, se todos os grandes provedores decidirem acabar ou limitar o serviço, a molecada vai simplesmente mudar para outro canto.

Para interpretar a notícia com alguma profundidade é preciso saber tb que chat não tem modelo de negócios definido e dá prejuízo.

Além disso, a M$ tem interesse estratégico de dominar os padrões de mensagens instantâneas com o IM (o icq da M$) devido a possibilidade de integração com sistemas fora da internet.

Vale imaginar tb pq a M$ vai manter o serviço nos EUA, Japão, Canada com a exigência de inscrição vinculada a um número de cartão de crédito e na Nova Zelândia e Brasil com "supervisão humana ou automática".

Repressão e restrição raramente são soluções inteligentes para os problemas da internet, simplesmente pq não funcionam.

Educação, carinho e atenção são mais eficientes para evitar os tarados nos mundos online e offline. Será que os pais de hj não ensinam as crianças a não aceitar doces de estranhos?

Atualização 25/09/2003: O Register publicou um artigo com mais dados e alguns detalhes que suportam a minha modesta opinião.

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