Santos Dumont
Amanhã é o aniversário de 100 anos do võo dos irmãos Wright.
Baby Bush vai marcar a data anunciando oficialmente os novos planos da Nasa. O mundo está comemorando o centenário da aviação.
Menos nós, é claro.
Por isso, algumas reportagens estão timidamente reacendendo umna polêmica do começo do século XX.
O Larry Rother, correspondente do NYTimes e AFP por aqui, fez uma reportagem mostrando o nosso ponto de vista (Veja iht.com), assim como a BBCWorld (Veja BBC).
Only in 1908 after his own flights, he argued, did the Wrights come out into the open and allow others to witness their work.
"What would Edison, Graham Bell and (Guglielmo) Marconi say if after presenting the electric lamp, the telephone or wireless telegraph in public, some other inventor appears with an improved version, saying that he had built them first?," Santos-Dumont asked.
Para conhecer o ponto de vista a favor dos bicicleteiros americanos que esconderam o invento para tentar ganhar algum com propriedade intelectual, vale dar uma olhada nesta reportagem do sunspot.net que comenta entre outras coisas a manchete de 1903 do jornal local de Dayton.
The Wrights' hometown paper, the Dayton Daily News, carried an accurate six-inch item about the achievement based on the telegram, but buried it on Page 8 with an erroneous headline: "Dayton Boys Emulate Great Santos-DuMont." The comparison to Santos-Dumont was meant as a compliment, but the Wrights' heavier-than-air flights far surpassed the lighter-than-air jaunts the flamboyant Brazilian made in the skies over Paris.
Veja tb globeandmail.com e Knight Rider, Wired e esta nota.
Não importam os fatos. Apesar de termos até alguns argumentos razoáveis, não vamos convencer o resto do mundo que o "Pai da Aviação" é o excêntrico playboy brasileiro.
Não adianta nada ter feito o primeiro võo oficial com testemunhas e saber que até 1908 o 14-bis era considerado por todo mundo como o primeiro avião da história.
Não dá para comparar a influência cultural americana com a nossa.
Por isso, IMHO, deveríamos destacar tb outros aspectos positivos da carreira do pioneiro brasileiro, como a vontade de compartilhar as descobertas como faz (ou deveria fazer) a comunidade científica, em contraste à ambição financeira dos bicicleteiros.
Assim, atualizamos nosso herói, encaixando melhor o mito nos modelos de desenvolvimento tecnológico colaborativo possíbilitados pela internet. Fui longe demais? Talvez...
Quem sabe em 2006, quando vamos comemorar os 100 anos do võo do 14-bis, usamos melhor o espaço aberto pela imprensa internacional.
Veja tb este site sobre o neozelandês, Richard Pearse, que teria voado antes dos Wright.
blog:
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