Ciro, o Grande X baby Bush, o Bárbaro
Tava lendo um pouco mais sobre o Rei Persa citado no discurso da vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Shirin Ebadi (veja notas) e é inevitável a comparação da conquista da Babilônia ocorrida há 2500 anos com a invasão bárbara deste ano promovida pela turma do baby Bush.
Quando Ciro (580-530? A.C.) entrou na cidade, foi recebido com festa. A população da Babilônia já conhecia a reputação de governador justo e estava cansada do rei autoritário e repressor Nabu-naid.
Ciro, o governante que "assinou" a primeira declaração dos direitos humanos da história, não decepcionou. Permitiu a liberdade religiosa entre os povos conquistados, buscou respeitar a cultura local e libertou 40 mil escravos judeus que receberam autorização para voltar à palestina e reconstruir a vida e o Templo (Muro das Lamentações/Explanada das Mesquitas).
Preste atenção neste trecho da biografia do rei Persa publicada na farsinet. O texto foi escrito em 1998 e se tivesse sido usado como receita pela turma do baby Bush, muita gente não sofreria com as imbecilidades cometidas na região entre o Tigre e o Eufrates neste ano.
Cyrus always took pains to convey that he was not a foreign king and conqueror, but a liberator and, therefore, a legitimate holder of the crown. For example, after conquering Babylon, he immediately addressed its citizens in their own language and added "King of Babylon" to the top of his long list of titles. It was an unheard of gesture of respect.
"In the eyes of his Babylonian subjects, Cyrus was never an alien king," Olmstead wrote. "The proclamation of Cyrus to the Babylonians, issued in their own language, was a model of persuasive propaganda."
He also left in place most of the existing government and allowed most midlevel officials to retain their positions. Cyrus was a great learner. He observed the customs and traditions of the cultures he conquered and made sure the best elements were put to use for all of Persia's benefit.
Muita gente diz que é importante conhecer a história para não repetir os mesmos erros. Entretanto, neste caso, a turma do baby Bush deveria ter tentado repetir as lições do passado.
Infelizmente, essa extrema direita cristã preferiu basear seus atos na selvageria dos cruzados. O resultado: bombas no lugar de sorrisos e o líder dos bárbaros precisa ir visitar as tropas dele escondido da população local.
Veja tb estas notas, Beth-Shalom.com.br e internext.com.br.
BTW, talvez a coisa esteja melhorando um pouco. Os americanos mataram mais 6 criancinhas no Afeganistão na sexta-feira, mas dessa vez pelo menos pediram desculpas e o oficial que leu a declaração parecia bastante arrependido.
Espero que seja uma indicação de bom senso. (BBC, Washington Post e Guardian).
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