Luiz Marcelo Moncau

neomarkets: Um conceito que interessa as empresas de qualquer tamanho é o aluguel de serviços de informática, batizado de ASP (Provedor de Aplicativos. A idéia vai funcionar no Brasil?
Moncau: É uma tendência em todo o mundo, mas no Brasil depende do tempo de atualização da infraestrutura de comunicações, pois o ASP hospeda, por exemplo, as aplicações de contabilidade fora da empresa fisicamente, portanto, depende de comunicação confiável com o provedor de ASP, através de linhas privadas (LP), linhas exclusivas para dados ou via rádio. Empresas de telefonia e de TV a cabo devem fornecer a infraestrutura de comunicação. Tudo depende da demanda. Para o pequeno empresário, o sistema tem várias vantagens, pois normalmente não tem conhecimento técnico para operar uma rede, fazer manutenção do servidor e back-ups (cópias de segurança para não perder dados).
A Microsoft não será um ASP, apenas vai fornecer infraestrutura tecnológica para empresas parceiras.

neomarkets: E quanto aos novos sistemas operacionais Windows 2000 e Windows millenium (Me). Qual é o melhor para o pequeno empresário?
Moncau: Os dois têm públicos diferentes. O Millenium (Me) é destinado ao público doméstico e a ênfase, digamos, é na diversão e não na segurança contra o travamento da máquina. Por exemplo, para que um jogo funcione mais rápido o sistema operacional dá acesso direto, sem passar pelo sistema operacional, a alguns componentes do computador como placas de vídeo. No 2000, todo o acesso aos componentes do computador passa pelo sistema operacional, prevenindo o mau funcionamento do sistema. Resumindo, quem precisa de mais robustez e usa aplicações críticas deve usar o 2000 que é mais caro. O Me é para uso doméstico. Negócios, mesmo que pequenos, devem optar pelo 2000. Por exemplo, um varejista que tem 3 micros ligados em rede para fazer check-out de mercadorias. Se um computador travar os clientes vão ficar esperando, gerando prejuízos econômicos e na imagem da empresa.

neomarkets: O Linux (sistema operacional distribuído gratuitamente) é uma ameaça ao domínio da Microsoft no setor de sistemas operacionais?
Moncau: O mercado precisa entender que o preço do sistema operacional representa apenas 3% do custo de um microcomputador por ano. Hardware e software somados representam apenas 10% do custo total. Os outros 90% são gastos em suporte técnico, manutenção, luz e outras despesas. Na prática, o Windows acaba sendo mais barato que o Linux devido ao custo mais baixo do suporte. Há empresas especializadas em suporte ao Linux, mas acabam custando 30% mais caro que o do Windows. Outra vantagem do Windows é a maior variedade de aplicações. Por exemplo, há 500 aplicações de folha de pagamento para Windows. No Linux o usuário vai poder escolher entre duas ou três aplicações.

neomarkets: E quanto ao processo que pode dividir a empresa?
Moncau: O processo está muito longe do final. Estamos apenas no final da primeira fase. Para relembrar, o governo americano acredita que a empresa não deveria incluir o Browser (Microsoft Explorer) no mesmo pacote do sistema operacional (Windows), pois violaria a lei antitruste americana. Bom, eu posso falar do lado da Microsoft. Nós acreditamos que para o sistema operacional evoluir deve dar acesso a dados na Internet assim como dá acesso aos dados contidos nos discos rígidos. É uma funcionalidade do sistema. A lei não foi feita para proteger os consumidores e não os concorrentes. O processo implica que a Microsoft não pode inovar e impede outras empresas de fazê-lo, gerando restrições a inovação de produtos. A apreensão não é só da Microsoft e sim de todo o mercado de tecnologia. Em uma ou duas semanas deve sair o parecer da justiça americana. Não estamos esperando um resultado positivo. Vamos apelar e aguardar mais um ano o resultado final. No processo de 98, também perdemos na primeira instância e na corte de apelação houve o reconhecimento de que os usuários seriam beneficiados.

neomarkets: Algo mudou na empresa com a queda das ações da empresa na Nasdaq?
Moncau: Não há grandes preocupações. A Microsoft é uma empresa sólida com bons fundamentos econômicos. Tem boa rentabilidade, uma marca forte, grandes talentos entre seus funcionários e é uma das empresas que mais investe em desenvolvimento de novos produtos. São U$ 4 bilhões por ano. Isso não muda, com ou sem processo.

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