Ajuda para o Haiti: aprendendo com as ações humanitárias do passado

Já que o Brasil está participando mais ativamente da ajuda internacional para o Haiti acho que é importante conhecer os erros cometidos nas ações humanitárias internacionais do passado.

Boa vontade sem direção não resolve muita coisa e, às vezes, atrapalha.

O Newsnight da última sexta-feira destacou 5 lições reunidas nos relatórios da Active Learning Network for Accountability and Performance in Humanitarian Action (ALNAP).

1 - Recovery not Relief - A fase de "alívio" que tem o objetivo de garantir água, comida e algum lugar para dormir deve ser o mais curta possível.

Os esforços devem se concentrar na recuperação da capacidade das vítimas caminharem com as próprias pernas, por isso as agências comunitárias devem se comprometer por um período de pelo menos 5 anos.

2 - Cash is king - As agências humanitárias devem sempre que possível usar recursos locais. O envio de grande quantidade de comida e outros bens depois do período de emergência atrapalha a recuperação da economia da área devastada.

Ou seja, ao invés de enviar casas pré-fabricadas é melhor comprar materiais e contratar mão-de-obra no local do desastre.

3 - Speak to Survivors - Muitas agências humanitárias costumam mandar coisas sem consultar as vítimas. De acordo com o Newsnight, há montes de exemplos chocantes de ajuda inapropriada, como um contâiner de roupas de Papai Noel enviado para alivar o sofrimento das vítimas do Tsunami.

As vítimas devem participar do planejamento da própria recuperação.

4 - Risk of Desease - O risco de epidemias nas áreas de desastre é MENOR do que se imagina. Na fase de alívio, as agências devem tomar cuidado para não exagerar no risco de doenças. Isso pode levar a um desperdício de recursos e criar um medo desnecessário na população.

Por exemplo, mesmo sem nenhum caso confirmado de cólera sequer, um monte de dinheiro foi desperdiçado imunizando 160 mil pessoas contra a doença em Ace depois do Tsunami.

5 - The Dead - Os mortos devem ser enterrados pelas próprias famílias. De acordo com a experiência de desastres anteriores, os cadáveres NÃO são um risco para a saúde pública.

Portanto, é melhor enterrar os mortos com calma e dar aos sobreviventes a chance de se despedir dos entes queridos. A ALNAP afirma que o luto é fundamental na recuperação psicológica da população afetada.

Os primeiros pontos são questão de bom senso e se aplicam para o que vai acontecer nas próximas semanas...

Entretanto, a recomendação relacionada aos mortos precisa ser tratada com a maior urgência possível, já que enterros em covas coletivas com milhares de corpos estão ocorrendo neste exato momento no Haiti.

Se vc estiver envolvido ou está pensando em fazer algo para ajudar o Haiti, vale visitar o site da Active Learning Network for Accountability and Performance in Humanitarian Action (ALNAP).

Há vários relatórios disponíveis em PDF. O mais relevante no momento, provavelmente, é o Responding to earthquakes 2008 - Learning from earthquake relief and recovery operations

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Comentários

Concordo em parte, ou melhor, em quase tudo, a não ser o fsto de que não há como os parentes procurarem seus mortos em meio a escombros e milhares de outras vítimas, sem falar nas vítimas animais, que ninguém, infelizmente contbiliza. Aliás, essas contagens sempre deixam a desejar, são como as pesquisas aqui no brazil. E acredito que corpos putrefatos tragam problemas de saúde à população sim, uma vez que insetos, tipo varejeiras proliferam e espalham a podridão dos corpos para todos os locais das cidades próximas. No mais, é se falar nos roubos , pos, desvio, de materiais de limpeza, roupas, colchões e tudo que for , principalmente novos. Poxa, um container com roupas de papai noel, essa foi horrível...socorro!

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