Informações e privacidade

Além da segurança (ver neonews 04/08/2000 e 07/07/2000), outro obstáculo para as iniciativas comerciais na Internet é a preocupação com a privacidade das informações pessoais dos consumidores. Esses dados são extremamente valiosos para o sucesso de uma empresa virtual (ver neonews 08/12/2000), mas muitos consumidores têm um medo, por vezes exagerado, de fornecer dados.

Nos Estados Unidos, o medo irracional do "big brother" (entidade criada pelo escritor inglês George Orwell no livro 1984 que detinha todas as informações e controlava toda a sociedade) surpreendentemente preocupa mais os usuários de Internet que assuntos da vida prática como planos de saúde, criminalidade e impostos.

Contudo, todas as pesquisas sobre o assunto revelam que quanto mais experiente no uso da Internet, menor a preocupação com privacidade. Os usuários mais antigos têm menos receio de usar cartões de crédito e estão dispostos a trocar informações pessoais por descontos ou prêmios.

Por isso, para conseguir os dados e tratar de maneira mais personalizada os clientes, as empresas exclusivamente de Internet buscam várias formas obter essas informações.

Assim, pipocam por toda a Rede programas de fidelidade que oferecem prêmios e descontos em troca de informações pessoais. Afinal, é justo que os consumidores participem do valor que está sendo criado por eles.

A preocupação com o assunto nos Estados Unidos chegou a tal ponto que grandes empresas como IBM e Microsoft criaram cargos de diretoria para cuidar exclusivamente das políticas de privacidade. O objetivo é manter um padrão ético na utilização das informações evitando ações que possam prejudicar a imagem da empresa e espantar consumidores.

Mesmo que no Brasil, a preocupação com a privacidade seja bem mais racional é preciso tomar cuidado para usar as preciosas informações colhidas junto a sua base de clientes sem irritá-los.

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