Internet e o Atentado

Logo depois da catástrofe que abateu o centro financeiro da nação mais poderosa do mundo, os telefones convencionais e celulares praticamente pararam de funcionar na região.

Sem conseguir comunicar-se pelos meios tradicionais congestionados, os moradores de Nova York usaram a Internet para tranqüilizar amigos e parentes nos primeiros momentos da tragédia.

A Internet não parou mesmo nas proximidades do World Trade Center porque foi criada para continuar funcionando mesmo que parte da infraestrutura tenha sido destruída.

Lembrando que a Rede surgiu de um projeto militar americano da Guerra Fria para garantir a comunicação entre bases lançadoras de mísseis depois de um ataque nuclear.

Por isso, é totalmente descentralizada e os pacotes de informação não seguem rotas pré-determinados.

Assim, se parte da comunicação for interrompida, os dados automaticamente procuram outro caminho até chegar ao destino. A transmissão pode ficar lenta, mas funciona.

Assim, o alívio põde vir normalmente através de e-mails emocionados, chats nos serviços de mensagens instantâneas (ver neonews 17/08/2001) e também pela Web.

Sites de grande movimento como o UOL colocaram junto com as notícias do massacre um espaço para mensagens de imigrantes e turistas brasileiros nos Estados Unidos.

Entretanto, a Internet também foi usada para causar insegurança nos mais crédulos.

Um e-mail com uma suposta profecia atribuída ao astrólogo francês Nostradamus dava a entender que a destruição das torres gêmeas seriam o prenúncio da 3a Guerra Mundial como espalhou-se por todo mundo.

O texto apocalíptico chegou ao Brasil poucas horas depois do atentado. Um grande exemplo da viralidade da Internet (ver neonews 21/07/2000).

Com um pouco de pesquisa e atenção é fácil notar a falsidade desta previsão do fim do mundo.

O e-mail dizia que a mensagem escrita por Nostradamus em 1654, apesar do astrólogo ter morrido em 1566.

Mesmo assim, programas de televisão populares descuidados chegaram a comentar e analisar o texto com a ajuda dos místicos de plantão.

Mais detalhes sobre mais esse falso boato podem ser encontrados no site: http://www.nostradamus-repository.org/cityofgod.html

O mais irõnico é que a falsa profecia foi escrita em um texto justamente para provar a facilidade de criar frases genéricas que poderiam se encaixar em várias situações.

Clique aqui e veja a página de onde foi retirado o texto do boato.

Outro exemplo do mau uso da Internet nesta última semana: o site de leilões eBay teve que proibir a comercialização de coisas relacionadas à catástrofe, pois alguns gananciosos insensíveis já estavam tentando vender lembranças macabras como partes dos prédios destruídos em Nova York e Washington.

Apesar dessa gente de caráter duvidoso, a maioria dos recursos da Internet está sendo usado para fins mais nobres. Nos últimos dias, milhares de pessoas encontraram consolo em grupos de discussão.

Nos fórums e comunidades, textos comoventes e outros provocadores surgiram estão ajudando os cidadãos americanos a formar uma opinião mais precisa sobre sua política externa ao tomar consciência das críticas sérias e construtivas feitas por pessoas de outras partes de mundo.