A Linux - cooperação e sucesso
Há nove anos, seria impossível prever que o projeto batizado de Linux tornar-se-ia o segundo sistema operacional mais usado em redes de computadores, perdendo apenas para o Windows NT, da poderosa Microsoft, batendo o Netware da Novell, que há poucos anos era líder de mercado.
Nada teria acontecido se, em 5 de outubro de 1991, o universitário não tivesse enviado a seguinte uma mensagem para um grupo de discussões na Internet onde se trocavam informações sobre o Minix (um pequeno sistema operacional usado em estudos acadêmicos):
"Você suspira por melhores dias do Minix-1.1, quando homens serão homens escreverão seus próprios "device drivers"? Você está sem um bom projeto e esta morrendo de vontade de colocar as mãos em um sistema operacional no qual você possa modificar de acordo com suas necessidades? Você está achando frustrante quando tudo trabalha em Minix? Chega de atravessar noites para obter programas que trabalhem correto? Então esta mensagem pode ser exatamente para você. Como eu mencionei há um mês, estou trabalhando em uma versão independente de um sistema operacional similar ao Minix para computadores AT-386. Ele está, finalmente, próximo do estágio em que poderá ser utilizado (embora possa não ser o que você esteja esperando), e eu estou disposto a colocar os fontes para ampla distribuição. Ele está na versão 0.02... contudo eu tive sucesso rodando bash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compressão, etc. nele."
Programadores de todo o mundo atenderam o pedido de Torvalds e o sistema operacional começou a ser desenvolvido em um modelo conhecido como "Open Source".
Isto é, o código fonte do programa é público e gratuito. Assim, qualquer um pode modificar, adaptar e melhorar o sistema. As empresas que trabalham no desenvolvimento do Linux se sustentam cobrando pelo suporte para os usuários, vendendo hardware e aplicações que usam o sistema.
Nenhuma lei impede que produtos Linux sejam cobrados do usuário, mas todos sabem que, se algum espertinho quiser cobrar por ele, vai enfrentar toda a comunidade de desenvolvedores.
Mesmo espalhado por todos os cantos do mundo, esse grupo de pessoas unidas vai lançar um produto similar e gratuito. Do Linux só se cobra o valor dos CDs e dos manuais impressos, caso o usuário não quiser pegá-los na Internet.
Hoje, o próximo passo do Linux é a conquista do mercado de computadores pessoais.
Apesar do sistema ser confiável, flexível e barato, ainda não é usado pela maioria dos usuários, acostumados com o padrão Windows/Word/Excel/Powerpoint/Internet Explorer que domina o mercado hoje.
Mesmo assim, no mercado de servidores de páginas e e-mail, analistas esperam um crescimento anual de 28% do Linux, ameaçando parte do domínio da Microsoft.
O Linux é mais um exemplo do potencial das redes de computadores para criar valor. Um grupo de pessoas inteligentes espalhadas pelo mundo conseguiu construir um bem público capaz de brigar com um império de mais de U$ 500 bilhões.
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