Minha nova Câmera Digital: SD10 is dead. Long live Canon Powershot A710is!

Depois de dois anos de bons serviços e mais de 5 mil fotos, a minha fiel companheira, Canon PoweShot SD10 morreu.

Não resistiu à segunda intervenção cirurgica realizada há duas semanas.

Substitui a câmera por uma Powershot A710 IS... como foi uma compra racional, resolvi registrar aqui como foi processo de escolha.

Talvez ajude mais gente a decidir a câmera máquina digital mais adaptada às necessidades de cada um.

A SD10 foi a minha primeira câmera digital. Queria ter algo para carregar para todo o lado 100% do tempo.

Na época a decisão foi fácil. A SD10 era a única utracompacta (dá para levar no bolso da camisa) com grande preocupação com a qualidade da foto (do mesmo tamanho só tinha aquelas coisas vendidas em propaganda estilo facas ginsu e meias vivarina).

A idéia era comprar depois uma SLR digital para usar as lentes e outros acessórios da "velha" EOS "analógica" em "ocasiões especiais" para tirar fotos "de verdade".

Entretanto, acabei me satisfazendo com a recém falecida SD10... As oportunidades de fotos proporcionadas pela grande portabilidade acabaram compensando a falta de recursos.

Me acostumei com as características da máquina... O Cartier-Bresson usou durante toda vida uma lente fixa de 50 mm, então resolvi abraçar o desafio de tirar boas fotos sem zoom com uma lente fixa equivalente a 35 mm.

Nos dois anos que carreguei para todo o lado a SD10 tirei quase 5 mil fotos e aprendi bastante com as limitações do equipamento.

No domingo retrasado, tava indo ver o show do Premeditando o Breque e do Língua de Trapo e o diafragma da SD10 travou.

Já tinha feito uma cirurgia na máquina uns meses antes quando o motor que controla a lente se soltou engrenagem e estava girando em falso.

Com o sucesso da primeira intervenção (funcionou até desmontada, veja foto), resolvi abrir de novo a máquina...

A operação era mais complexa... ao tentar abrir a lente, tomei um choque forte do capacitor que carrega o flash.

Subiu aquele cheiro inconfundível de silicio queimado... A minha fiél companheira Canon Powershot SD10 morreu.

Os critérios para a compra da câmera nova:

O maior problema da SD10 é a autonomia da bateria. O tamanho ultracompacto (bolso da camisa) exige o uso de uma bateria proprietária.

Quando a bateria era nova não incomodava, mas nos últimos tempos a energia armazenada tava durando pouco mais de 100 fotos sem usar o flash.

Decidi, então, sacrificar o conforto de uma "ultracompacta" por uma "compacta" (cabe no bolso da calça, se for larga) capaz de operar com pilhas comuns.

Outro pré-requisito foi o uso de cartões de memória SD. O motivo é simples.

Todos os outros gadgets que eu tenho usam esse tipo de memória e eu já tinha um cartão de 2 gigas (q a SD10 conseguia formatar apenas 1 giga).

Esses dois critérios eliminaram toda a linha de câmeras da linha SD Digital Elph da Canon que são chiques mas usam baterias proprietárias, as Pentax Optio e todas as câmeras da Sony que usam outro padrão de memória.

Já que ia carregar uma câmera maior, resolvi buscar um equipamento com mais recursos... Um bom zoom óptico pelo menos.

Além disso, queria uma máquina com estabilização de imagem, algo que há uns 10 anos era exclusividade das lentes teleobjetivas grandes e caras, agora disponível em câmeras digitais amadoras.

Depois de uma boa pesquisa na internet e da leitura de dezenas de análises detalhadas e testes no Imaging Resource, limitei a decisão à Linha "A" da Canon, da "P" da Nikon e a linha Panasonic "DMC-LZ".

A linha "P" da Nikon tem boa qualidade de imagem e recursos... mas sinto que tem a pior relação custo X benefício nas digitais amadoras... Nikon é forte mesmo no mercado profissional.

De qq modo, não consegui encontrar aqui nenhum modelo da linha "P".

Fiquei então na dúvida entre as Panasonic e as Canon.

As Panasonic contam com lentes Leica e bom custo benefício, já que mesmo os modelos mais baratos contam com o recurso de estabilização de imagem.

No Imaging resource, não tem o teste do modelo atual, a Panasonic Lumix DMC-LZ6, mas a qualidade óptica do teste da modelo anterior, o DMC-LZ5, não me entusiasmou muito.

Além disso, a DMC-LZ6 não tem opção de controle manual de abertura e tempo de exposição.

Acabei resolvendo pagar mais caro e comprei o topo da linha "A" (a mais barata) da Canon, a A710is.

É único modelo da linha "A" que tem estabilização de imagem (o "is" no nome é "image stabilization") e tb está na lista do Dave's Picks.

Não me arrependi. A qualidade das fotos é muito boa (do mesmo nível da SD10), tem um zoom óptico de 6x e faz videos com uma qualidade surpreendente: 640x480 a 30 fps (mais do que suficiente para passar no YouTube e em TVs analógicas).

A SD10 tinha a opção de controle de abertura e exposição totalmente manual... mas como a interface era complicada normalmente usava sempre no modo automático.

Na A710is rolam modos automáticos de prioridade abertura, prioridade de exposição e um modo programável, além do modo totalmente manual... igualzinho à EOS analógica que eu estava acostumado.

A coisa da estabilização de imagem tb é bacana. É mais ou menos normal tirar fotos com exposição 1/30 segundos sem obter uma imagem tremida. Isso possibilita tirar fotos com pouca luz sem tripé e sem o uso de flash (e sem olhos vermelhos).

A estabilização tb pode ser configurada para eliminar apenas os movimentos verticais da câmera. Isso facilita bastante a captura de movimento, como nesta foto.

Tô a mais ou menos duas semanas com a máquina nova. O tamanho está me incomodando um pouco. Acho que vou ter que andar com uma pochete ou coisa parecida... no bolso da bermuda não dá.

Mas acho q tá compensando, pois a A710is está matando boa parte da vontade de comprar uma câmera SLR para tirar fotos "de verdade".