Privacidade

Nos últimos meses, ocorreram vários casos que estão ajudando a definir o futuro da privacidade na Internet. Em junho, um órgão do governo americano que controla políticas contra drogas foi obrigado a desativar o sistema que monitorava secretamente usuários que visitavam sites que continham informações sobre essas substâncias ilegais. Em julho, a Toysmart.com, uma loja on-line de brinquedos falida, teve que abandonar a idéia de vender dados de seus ex-clientes. A justiça americana impediu o negócio, pois as informações foram concedidas com a garantia de que não seriam divulgadas para outras empresas.

Nos Estados Unidos, uma recente legislação obriga os sites a informar aos usuários que tipo de informação está sendo coletada durante as visitas e para que será usada. De acordo com uma pesquisa da Pew Internet & American Life Project, 86% dos internautas americanos são favoráveis a uma política de privacidade que obrigue as empresas a pedir permissão para usar qualquer tipo de informação coletada junto aos usuários.

O instrumento mais usado para monitorar o movimento de cada indivíduo na Internet é conhecido como "cookie" (biscoito). A idéia original foi lançada em 1994 pela Netscape e tinha a intenção de facilitar a navegação na Web. O cookie é um arquivo que fica gravado no computador do usuário com o registro das últimas visitas a um determinado site. Quando o internauta retorna, o cookie é enviado para o site e o internauta é identificado imediatamente. É desta maneira que alguns sites conseguem receber o usuário com mensagens personalizadas do tipo: "Bem Vindo, José" ou "José obrigado por nos visitar novamente".

Apesar de muitas vezes serem usados para fins escusos, os cookies podem ser um recurso benéfico para o usuário. Um site de notícias, por exemplo, pode registrar as preferências do usuário e criar automaticamente um "jornal" exclusivo para cada leitor. Os cookies também são usados nas grandes lojas virtuais para facilitar o processo de compra e o acompanhamento dos pedidos. É possível selecionar automaticamente os produtos que devem ser oferecidos usando o registro da visita anterior e do histórico de compras de cada consumidor.

Apesar de pouco usados, há vários meios de escapar da vigilância dos sites comerciais e governos, mantendo seu anonimato na Internet. Os principais navegadores como o Internet Explorer e o Netscape Navigator têm opções para desativar os cookies. Existem softwares de criptografia para garantir a privacidade de mensagens de correio eletrõnico. Outros programas permitem embaralhar a identificação de seu computador e provedor de acesso, tornando anõnimas suas visitas e mensagens.

O objetivo desses recursos é a manutenção da liberdade de expressão na Internet. Podem ser usados para fins nobres como grupos de apoio a doenças como a AIDS ou câncer, mas também servem para pregar idéias cretinas com o racismo.