Projeto Gutenberg
Nos últimos tempos, editoras e empresas de informática discutem padrões e equipamentos para os livros eletrõnicos, os e-books. Entretanto, milhares de obras importantes estão disponíveis para qualquer usuário da Internet. Há exatos 30 anos, livros cujos direitos autorais expiraram estão sendo sistematicamente digitalizados por voluntários e distribuídos gratuitamente.
A iniciativa pioneira, batizada de Projeto Gutenberg surgiu em 1971 quando o então estudante Michael Hart recebeu o direito de usar os computadores da Universidade de Illinois (EUA) e começou a digitar obras importantes para que todos pudessem ter acesso à informação. Hoje já existem mais de 14 mil livros distribuídos livremente na Internet, graças a centenas de pessoas em todo o mundo que trabalham voluntariamente para democratizar o acesso ao conhecimento.
Existe uma diferença fundamental entre o trabalho coordenado por Michael Hart e as iniciativas comerciais de publicação de livros eletrõnicos. O Projeto Gutenberg tem o objetivo de facilitar a distribuição da informação. Os arquivos são armazenados e distribuídos em texto puro (o formato mais simples possível) e podem ser lidos em qualquer computador, dos modernos e portáteis PDAs (Personal Digital Assistants) como palm/pilot, jornada, psion e cassiopeia até os antigos Apple II.
Já as editoras tradicionais precisam preocupar-se em dificultar o trabalho da pirataria e tentar garantir os ganhos com direitos autorais. Isso obriga a criação de aparelhos e arquivos com sistemas para controlar a reprodução do conteúdo, tornando os produtos mais complicados e caros. Ou seja, os investimentos são direcionados para restringir o acesso aos usuários pagantes, indo contra a tendência natural da Internet de facilitar a distribuição de conteúdo.
A história do Projeto Gutenberg, mostra outro aspecto importante da Rede: um indivíduo com uma boa idéia pode encontrar colaboradores dispostos a criar um bem comum, como também fizeram o finlandês Linus Torvalds (o criador do Linux - ver neonews 18/08/2000) e o italiano Nicola Salmoria (coordenador do projeto Mame - ver neonews 23/02/2001).
A grande maioria das publicações do Projeto Gutenberg é em inglês, mas há centenas de livros com versões digitais de domínio público em português que podem ser obtidos gratuitamente na Rede. O trabalho de digitalização também é voluntário e ninguém deve cobrar nada por eles.
Seguem alguns links com obras em português. Nesses site há obras de Machado de Assis, Eça de Queiroz, Lima Barreto, José de Alencar, entre outros:
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/literat.html
http://www.vbookstore.com.br/nacional/index.shtml
http://www.biblio.com.br/
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