Globolização da Paixão de Cristo

O New York Times de hj traz um reportagem sobre a encenação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém (PE).

O correspondente Larry Roth, conta a história da peça e mostra a polêmica da participação de atores da Globo, a crescente comercialização do evento e a montagem "dissidente" que acontece em Recife.

Comentários

Olá!!! é maravilhoso ter as encenações em nosso país dentro dos estados mais é com grande prazer e humildade explico aqui que, na realidade, existe O Grupo Via Sacra ao Vivo de Planaltina-DF ( Brasília Distrito Federal 37 anos de tradição) sendo literalmente a verdadeira e a maior encenação da paixão de Cristo do planeta e tendo atualmente a benção apostólica de Vossa Santidade o Papa Bento XVI sendo que o grupo perante a sua produção foi tombado como patrimônio imaterial do DF se tratando de um enorme espetáculo a céu aberto de cunho religioso e artístico com público anual de mais de 120 mil fiéis que prestigiam as encenações realizadas durante toda a Semana Santa!!!! segue o site oficial !!!
http://www.viasacraplanaltinadf.com.br/
E também o blog da Equipe Complementos Soldados Romanos Via Sacra Planaltina – DF
http://flog.clickgratis.com.br/complementos
Gratos aqueles que conhecem ou que ainda não conhecem e queiram conhecer a nossa encenação A Paz de Cristo a Todos !!!!!!!!!!!

eu estou tentando fazer a minha tarefa e tentando achar os cenários da paixão de cristo!!!!!!!!!!!
eu gostaria que vcs botassem isso no site!

A Paixao de Pimentel é a melhor. Assisti as duas. NAo tem nem compraraçao.

Este evento é patrocinado?Como obter informações
de como pode ser este patrocínio e custos?
Obrigada,
Adriana Frazão Freire

Valeu sarah! Preciso ver mais coisas em português... :)

Matéria traduzida para o Português
--Paixão de Cristo no Brasil: disputa entre regionalismo e patrocinadores--

NOVA JERUSALEM, Brasil - Antes da semana santa em 1951, Sebastiana, Epaminondas Mendonça e seus nove filhos decidiram fazer uma peça da Paixão de Cristo aqui, nas remotas e áridas terra do nordeste brasileiro. Vestindo lençóis brancos, emprestados do pequeno hotel que possuem na cidade, eles atuaram nas ruas sob o olhar de escárnio dos vizinhos.

Meio século depois, a encenação continua a ser apresentada aqui, com um dos netos de Mendonça como diretor. Agora batizada de "A paixão de Cristo em Nova Jerusalém", a peça tornou-se o principal entretenimento religioso no Brasil, o maior país Católico Romano do mundo.

Encenado durante a noite de sábado, o show transformou-se em espetáculo milionário, que anualmente atrai 70 mil pessoas para o que é descrito como o maior teatro aberto do mundo. Faz tanto sucesso, que até inspirou uma apresentação rival.

Aqui no empobrecido interior do Brasil, 160 quilõmetros de distância da cidade grande mais próxima, a representação é realizada em um complexo de 275 quilõmetros quadrados, fruto da paixão de um homem.

Ele é Plínio Pacheco, que chegou aqui em 1956, casou-se com Diva Mendonça (filha mais nova da família), escreveu sua própria peça da Paixão, sonhou em construir uma réplica de Jerusalém para o show, e só então supervisionou sua construção, que levou 30 anos.

"Para Plínio, Nova Jerusalém virou uma obsessão", disse Diva Pacheco, 63 anos, sua viúva. "Nós vendemos nossa casa em recife para poder construir o teatro, e até eu tive de vender minhas jóias".

Plinio Pacheco morreu no ano passado, deixando o controle do show para o seu filho Robinson. Mas a virada mais significante nessa história aconteceu em 1996, quando os Pacheco resolveram escalar atores da TV Globo, a maior rede de televisão comercial do Brasil, para papéis como Jesus, Virgem Maria, Maria Madalena, Herodes e Poncius Pilatus.

O fato ofendeu José Pimentel, o diretor da peça por muitos anos e intérprete de Jesus desde o final doa anos 70. Não apenas os produtores pensaram que ele era muito velho para o papel, mas também temiam que a popularidade da Paixão estivesse caindo por causa da rotina e da previsibilidade das atuações.

"Foi absolutamente necessário mudar o formato e o modo de apresentação do espetáculo, mas o diretor não aceitou essas mudanças" - declarou Robinson Pacheco. "Custa muito dinheiro realizar o show, e precisamos ser capazes de pagar as pessoas, o que não podemos sem capital. É responsabilidade do produtor assegurar que a peça possa continuar, e foi isso o que eu fiz".

Pimentel respondeu acusando os produtores de traírem sua herança e se venderem à Globo, que agora paga US$125 mil a cada um para estar associada ao show. O ex-diretor levou parte do elenco com ele e fundou uma nova companhia, que prega que a sua Paixão é a única verdadeira às tradições cristãs.

Desde os últimos anos da década de 60, a peça da Paixão foi representada em nove cenários gigantescos. O terreno árido, tal qual o da bíblica Judéia, assim como os muros altos, no estilo romano, contribuem pra o realismo.

Durante a peça, o público, que paga de US$9,50 a $12,50 por cada ingresso, muda de um cenário para outro, caminhando por muitos metros. Quando Jesus carrega a cruz para a sua crucificação, atores vestidos como centuriões limpam o caminho para andar pela multidão, enquanto os espectadores se misturam com figurantes vestidos em túnicas e sandálias.

"É tão bonito, e tão real", disse Adelina Gomes da Cunha, uma espectadora com lágrimas nos olhos, enquanto o ator que interpreta Jesus, amarrado a um sistema escondido de escadas e polias, sobe ao céu durante a cena da Ressureição. Ela assistiu à estréia da peça, na noite de sábado. "Parece que estou em Jerusalém e voltei dois mil anos no tempo".

As luzes e o som do espetáculo de hoje são tão profissionais quanto os shows europeus. As vozes pré-gravadas dos atores saem de caixas de som escondidas, algumas pintadas para que se confundam com rochas. O show geralmente apresenta lasers e fogos de artifício, mas em respeito a religiosidade da audiência, todas as falas de Jesus são as mesmas do Novo Testamento.

"Lidar com a fé das pessoas é uma coisa delicada, e é por isso que temos que aderir ao estereótipo que está na cabeça e nos corações das pessoas. Não podemos usar um Jesus barbudo, negro ou gordo." - comenta Carlos Reis, que costumava interpretar o próprio Jesus.

Apesar de atores profissionais atuarem nas partes principais, mais de 500 figurantes são moradores da cidade, além de mais outros 500 trabalhando na parte técnica. Os extras recebem pelo trabalho o equivalente a um salário mínimo aqui, US$68, e refeições.

Muitos conhecem a peça tão bem que não é incomum ouvir um centurião romano recitar um diálogo que está sendo encenado a muitos metros dali.

Antonio Jose de Lima é integrante do elenco há mais de 40 anos. Apesar de se orgulhar por ter ajudado a construir Brasília, ele continua declarando: "Nova Jerusalém é meu coração".

"Aqui era um palácio onde não existia diversão, até que Plínio veio com algo tão bonito quanto isso" - disse Lima, de 63 anos, um ajudante de farmácia analfabeto. "É uma honra atuar aqui. Eu carreguei muitas pedras nesse lugar, e portanto sinto que ele também me pertence". Mas apesar da lealdade dos locais, essa paixão glamurizada ofendeu aos tradicionalistas.

"Quando a audiência vai assistir ao espetáculo em Nova Jerusalém, ela não vê Jesus" - reclamou Sérgio Gusmão, que interpreta um demõnio e um centurião na peça concorrente, de Pimentel. "O público está vendo algum jovem galã, algum ator de novelas que está em todas as revistas de fofocas, e isso distrai a idéia central".

Neste ano, o Jesus de Pacheco é interpretado por Luciano Szafir, um moreno bonito que estrelou uma novela popular da Globo, chamada "O Clone". Na estréia, quando sua camiseta foi tirada em uma cena em que Jesus recebe chicotadas e leva uma coroa de espinhos, grupos de adolescentes gritaram e tiraram fotografias.

A trupe dissidente de Pimentel agora representa anualmente em Recife, capital do Pernambuco. Anunciada como "A Peça da Paixão do Povo", sua produção foi inicialmente realizada em um estádio de futebol, atraindo a cada noite mais de 20 mil espectadores, os quais pagavam US$1,50 pelo ingresso.

Mas o show se mudou dois anos atrás para um espaço aberto, em um velho bairro colonial. A entrada agora é de graça.

"Um dos grandes méritos da Paixão de Pimentel é que ela atrai uma audiência que normalmente não teria como assistir a esse tipo de espetáculo" - é a análise de Marco Camarotti, um escritor, crítico, ator e professor de artes cênicas na Universidade Federal do Pernambuco, em Recife.

Camarotti avaliou a produção de Pacheco como "colonialismo doméstico". Ele e outros críticos que o caráter regional da peça está sendo reduzido em favor de critérios de marketing.

Um dos exemplos é o pedido aos atores locais para que diminuam o sotaque, que é itão imediatamente reconhecível aos ouvidos brasileiros quanto um sotaque sulista para os norte-americanos, despertando o mesmo tipo de preconceito.

"A história de Jesus não é uma história nordestina ou carioca", respondeu Reis,o diretor. "É uma história universal, então tentamos chegar o mais próximo possível do que seria um sotaque brasileiro universal".

Em 2000, outra discussão surgiu, quando a produção de Pacheco incluiu nudez frontal durante a cena da orgia no palácio de Herodes. O show repetiu o ato no ano seguinte, mas aceitou críticas e protestos. Neste ano, a peça se limitou a duas mulheres de topless.

Mas Pacheco está transbordando de novas, mas menos incendiárias, idéias para aumentar a popularidade da peça. Ele disse que um DVD sairá em breve e pensa também em uma versão em vídeo ou em transmissões por todo o Brasil, a cabo ou pelo sistema pay-per-view.

O diretor também espera dobrar o tamanho do hotel onde se acomodam os atores, para que turistas possam comprar pacotes para participarem da apresentação como figurantes, e levar para casa vídeos de suas performances.

"Já avançamos muito" - concluiu. "Imagine o que poderemos fazer nos próximos 40 anos".

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