Overmundo.com.br: mamando nas tetas do Estado?

A Época publicou uma entrevista com Ronaldo Lemos, o representante da Creative Commons no Brasil, sobre o site criado pelo "núcleo de idéias Movimento", o overmundo

...o Overmundo foi concebido e é realizado pelo núcleo de idéias Movimento (formado por Hermano Vianna, José Marcelo Zacchi, Alexandre Youssef e Ronaldo Lemos), contando para tanto com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Cultural e dos mecanismos de incentivo fiscal do Programa Nacional de Apoio à Cultura / Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura.

Tenho um grande respeito pelo Ronaldo Lemos, um cara que não fala muita bobagem em entrevistas e um bom porta-voz do copyleft aqui no Brasil.

Entretanto, me incomoda profundamente o "núcleo de idéias Movimento" criar um site com grana da Petrobrás via Lei Rouanet. Não acho que o papel do Estado seja financiar a construção de sites.

Além disso, fiquei curioso para saber onde a grana do Estado brasileiro está indo...

Para construir e manter um site desses (é uma cópia do digg.com) não é preciso gastar praticamente nenhum dinheiro.

De acordo com a introdução da entrevista na Época, o overmundo recebeu 35 mil visitas em duas semanas.

Para vc ter uma idéia, somando todos os sites no br101.org, costumo receber pelo menos de 150 mil visitas por mês. (o pico no final do ano pasado foi de cerca de 200 mil)

Eu pago U$ 77 por ano pela hospedagem e U$ 7 pelo domínio. Todos os softwares que uso são livres (GPL), portanto não custam nada.

O CMS usado aqui (drupal) conta com as mesmas funcionalidades de moderação coletiva e publicação descentralizada.

Neste site estão desativadas, mas estão ativas na minha cópia do digg, o Espaço Livre. (Lá tb qq pessoa pode publicar qq coisa e a decisão sobre o que deve ser publicado é feita pela comunidade.)

Ou seja, as únicas grandes despesas que consigo imaginar para justificar um pedido de patrocínio via Lei Rouanet é o software (que acho estranho um proponente do software livre usar como base algo proprietário) e o desenho dos templates.

Outro ponto a ser levado em consideração: IMHO, independência editorial não é compatível com patrocínio estatal, o último exemplo é o caso Alckimin/Nossa Caixa/Afanásio. Esse é um problema grave na imprensa tradicional brasileira. Não deveria ser repetido na Internet.

Ainda, IMHO, o desafio de construir um site como digg.com e overmundo.com.br não é técnico e sim social. É preciso seduzir uma boa quantidade de pessoas em torno de um objetivo comum.

Receber dinheiro do Estado, não parece ser um ponto positivo para formar uma comunidade, principalmente se o público que se quer atingir é bem informado e crítico.

De qq modo, espero estar errado... Espero sinceramente que o dinheiro dos nossos impostos esteja sendo bem gasto e que surja um espaço bacana na internet brasileira.... O mundo do Software Livre/Open Souce/Copyleft não precisa de um escândalo para dar munição as grandes corporações que resistem à "revolução".

Atualização

O malungo descobriu o orçamento do Overmundo: R$ 2 milhões !!!!!!!

Saiu na Revista Raiz nº 4 - Abril 2006 pagina 86

"Atualmente patrocinado pela Petrobras, num projeto de 18 meses de duração, com custo final de 2 milhões de reais, o Overmundo tem o desafio de se transformar num site colaborativo economicamente viável"

R$ 2 milhões!!! Dois milhões de reais!!!

Comentários

Dom, não seja tão radical. Nem o próprio autor do post quis dizer isto.

Com dois milhões do dinheiro do povo brasileiro utilizado para um vôo raso, basta olhar para Overmundo para ver o tanto de mudanças ocorridas e tanto da sua função social!

Basta olhar para ver o tanto que foi mudado! Talvez quem sabe realmente como tenha mudado a vida dos quatro fundadores!

A PETROBRAS FINANCIA UM SITIO DA REDE

A EMPRESA BRASILEIRA Petrobras disponibiliza dois milhões de reais do imposto federal, do dinheiro público, através da lei de incentivo a cultura, para financiar a idéia da Creative Commons de que todos os brasileiros devem avalizar o desrespeito a constituição brasileira e assim ser omisso o suficiente para deixar que a Creative Commons apodere do trabalho intelectual dos brasileiros que caírem na rede armada pelos senhores Ronaldo Lessa, Hermano Viana denominada de OVERMUNDO. Para não produzir nada, nada de concreto que beneficie concretamente a sociedade deste País Brasil que justifique o gasto da quantia de dois milhões de reais administrada pelos quatro citados, a mais de quatro anos. È muita quantia dois milhões de reais para um vôo raso OVER o MUNDO da intuição de uns poucos brasileiros que andam estimulando o desrespeito ao direito autoral, cito uma para frisar a existência das disparidades.
Com dois milhões de reais é possível produzir vinte discos compactos (dc) de musica de qualidade técnica rítmica, harmônica e melódica envolvendo cerca de (200) duzentos profissionais compostos por músicos. Ou poderia financiar a edição de vinte livros e assim o mesmo numero de novos escritores. Nesta aplicação devem envolver cerca de (100) profissionais e trabalhadores.
Para quem quiser outras idéias com sítios na rede de computadores que tem um custo mensal de (R$100,00) cem reais, vá até o endereço a seguir:
WWW.br.br.101.org
Portanto não é necessário ser um economista notório, ou quem ganhou o premio nobel para dizer que o modelo OVERMUNDO é muito menos efetivo, eficiente do que qualquer um dos três exemplos citados acima!

Carl-brasileiro, quanta besteira voce fala. O Overmundo cumpre um papel muito importante na divulgacao da cultura brasileira, que como o Mastercard, nao tem preco, pois consiste em um dos melhores sites sobre o que acontece no brasil. E voce, meu amigo, o que faz da vida alem de ficar gastando tempo postando sucessivos comentarios difamatorios em um blog qualquer? Melhor se voce gastasse seu tempo postando alguma coisa que preste no proprio Overmundo, mas provavelmente voce nao tem muito mais a dizer do que reclamar, eu presumo. Vamos ver.

Minha opinião provávelmente interessa a ninguém como outras expressas aqui, mas na verdade acho que o autor do blog é amigo dos caras do overmundo, truta das antiga e fizeram um acordo pra transformar uma discussão importante em uma simples batalha cênica, onde, entretida, a massa esquece da questão fundamental.

Quem são os 28 colaboradores remunerados do Overmundo?

Hermano, quem são?

E mais, se são 28, afora os que trabalham respondendo no observatório as dúvidas dos overmanos, porque tanta demora e tantas desculpas (desculpem se demoramos a responder mas fazemos o possível) para responder as perguntas que, nós, overmanos fazemos?
Exemplo?
Fiz uma pergunta para o Hermano lá no Overmundo já tem mais de 15 dias. Nãoo deu resposta nem bom dia. Porque?

hahahahahahaahah !

Gostaria de saber o que pensam a respeito disso...

http://www.aec.at/de/prix/winners.asp

~~ Alguém sabe aonde foi parar o Site bancado pelo Estado?

O tal de OverMundo?
E sinceramente, esse nome é bem over já nasceu fadado à ruina.

^^

Com muita paciência, li os comentários postados aqui em defesa do Overmundo por seus criadores. Também gastei algum tempo visitando novamente o site realizado com o dinheiro público. Até fui atrás de informações sobre o projeto no site da Petrobrás e alhures.

Minha opinião em muito pouco difere da que é espelhada no comentário inicial do China, mas não quero repetir. Repetir é chato, serve para desviar a atenção (será este o objetivo do Hermano Vianna e companhia?).

Não sei se estou qualificado pelos criadores do site para debater o assunto. Parece que precisaria ser uma das pessoas "cujos histórico e credibilidade aqui na internet brasileira inspiram todo o respeito" na opinião deles.

Também não vou me indentificar. Sou colaborador deste site sob pseudônimo. Não porque não possa dizer quem eu sou, mas porque acredito que um "debate democrático" se faz com idéias e não com reputações.

Vou me ocupar primeiro de um ponto simples e muito direto:

Transparência

Taí uma palavra que, de tão mal utilizada neste país, gastou. Vocês dizem que é tudo público e que o processo seguiu os procedimentos normais da Petrobrás e Lei Rouanet. Parece que isto é ser transparente.

Bacana. Não vou entrar no mérito do tamanho da garantia de lisura que os procedimentos da Petrobrás representam. Se nossas leis e práticas fossem assim tão suficientes, a realidade do país seria outra, não acham?

De maneira bem simples e direta, vocês poderiam fazer o favor aos mais céticos de publicar as contas financeiras do Overmundo? Não acho que está seja uma informação sensível, certo?

Não vai atrapalhar vocês face a uma possível concorrência. Se entendo o espírito do projeto, seria até sinal de sucesso se outros viessem a copiar o modelo e aumentassem o esforço de divulgação da cultura regional brasileira.

Se vocês não quiserem publicar os gastos atuais, por favor, publiquem a engenharia financeira que foi utilizada para fundamentar o investimento pela Petrobrás. Eu sei que deve estar em algum lugar "público", mas não custa facilitar.

Neste sentido, aliás, também poderia ser mencionado que o investimento da Petrobrás foi feito com dispensa de licitação (basta procurar por Overmundo aqui), também poderia ser dito que o patrocínio foi através da modalidade "Escolha Direta" (usar o mesmo procedimento de busca aqui). e talvez adicionar a informação de que o Hermano Vianna já participou do Conselho de Patrocínio do Programa Petrobras Cultural do qual saíram os R$ 2 milhões.

Sei lá, talvez eu seja mais realista que o rei, mas eu vedaria ex-conselheiros de receber patrocínios. Ainda mais com dispença de licitação em uma modalidade de convite. Fica parecendo ação entre amigos, sabe. Tira o possível brilho do projeto.

Não é meio óbvio que o dinheiro não é usado para construir o site, mas para outras coisas? Como manter uma equipe presente no Brasil inteiro fazendo cobertura da cultura nacional?

Ademais... É claro que um site pode ser construido de graça. Para quem tem um site, não reconhecer o valor de um é inocênte demais.

Nessa lógica, se eu não tenho licença de motorista, posso achar que um carro deveria ser construido de graça. Você topa construir um?

Caros(as):

Achamos que as coisas estão começando a confundir-se. Até aqui tínhamos claramente a exposição em alguns espaços da blogosfera de questionamentos legítimos, por pessoas cujos histórico e credibilidade aqui na internet brasileira inspiram todo o respeito e a prática do bom debate democrático que vinha se desenrolando. No intervalo de algumas horas entre sexta e sábado, este foi atravessado por um evidente esforço de desqualificação rasteira, com a publicação por uma mesma pessoa de posts quase idênticos em vários dos blogs aonde o Overmundo é mencionado. Motivação não declarada, agressividade leviana (e difamatória já que pessoal antes de tudo).

Por isso, achamos que já que a conversa prossegue, e para que volte a ser séria, era preciso explorar argumentos, com a profundidade que discussões conseqüentes e interessadas acabam por exigir. Por isso optar pela extensão do post que se segue, texto longo mesmo, convidando a todos que tenham interesse genuíno no assunto (mais que acusações fáceis e provocações menores) a seguirem no diálogo.

Vamos lá. O Overmundo de fato representou um investimento importante no contexto da política em curso de patrocínio cultural da Petrobras. As motivações neste caso são conhecidas, estão lá no Sobre o Overmundo do site: fortalecer a produção e a difusão descentralizadas de informações das culturas de todo o Brasil; criar um novo e também descentralizado espaço para o diálogo e o intercâmbio cultural no Brasil, canal para a participação e a disponibilização de obras de pessoas verdadeiramente de todo o país; promover iniciativas de produção e troca abertas de cultura e conhecimentos, por meio do uso de licenças Creative Commons e de softwares livres. A premissa: nada melhor do que um espaço virtual colaborativo para tentar alcançar de forma viável e qualificada esses objetivos. É este portanto o nosso front, e o que move a nós e ao Overmundo.

Muito bem, mas e o orçamento? Acontece que fazer isso custa sim dinheiro. Primeiro, gerar informação de verdade de todo o país implica em uma rede de colaboradores de verdade de todo o país. Quem atua no jornalismo cultural, em redes virtuais ou mesmo em qualquer iniciativa de mobilização nacional sabe o quanto isso é difícil. E principalmente que não acontece por geração espontânea, sem cuidados: se deixar rolar, a tendência natural é reproduzir-se a centralização. Segundo, conteúdo de qualidade tampouco surge automaticamente ou velozmente. Não adiantaria colocar no ar um site em branco com todas as ferramentas e esperar que ele simplesmente "pegasse" e fosse alimentado a partir daí. Produzir material para colocar de pé um projeto assim é um trabalho - mais ainda na fase inicial de definir o formato, as seções, a linguagem, buscar pautas iniciais que correspondam a eles, enfim, dar uma cara e consistência pra coisa toda à€“ e nos parecia muito justo que fosse remumerado. Terceiro, abrangência e alcance e envolvimento dos diversos públicos buscados também envolve esforço. Demanda divulgação (mais ainda: descentralizada nacionalmente), contato e diálogo com as várias redes e comunidades que fazem as culturas do Brasil (nesse sentido é que dizíamos no lançamento que à€œprecisamos sair dos guetosà€), continuidade, sustentabilidade. Fõlego para dedicar-se a essas frentes e fazer o projeto acontecer pra valer à€“ de novo, quem já se propõs minimamente a experiências nessa linha sabe o quão difícil é. Por último, tecnologia sim: desenvolver o sistema, criar e definir as seções, formas de organizar o conteúdo, classificá-lo, navegar, pensar e implantar as diversas ferramentas, lay-out etc. Mais uma vez: nada que pra ter viço - e o esforço de reunião de contribuições e soluções diversas a que o Overmundo se propõe - possa ser feito da noite para o dia.

Aqui vale abrir parênteses: tem sido reproduzido em alguns blogs a afirmação de que o Overmundo é simples cópia do Digg, e portanto não envolveria maior esforço para ser feito. A forma como isso se difunde talvez valha uma reflexão sobre os possíveis efeitos colaterais da ligeireza com que se dão a observação e a comunicação na internet, contraponto à sua conhecida agilidade: qualquer um que se proponha a navegar com mais calma pelo Overmundo verá que há bem mais do que isso. O sistema de votação, com filas de edição e votação é outro (bem mais colaborativo e mais próximo do Kuro5hin neste caso), as formas de organizar os conteúdos (que não são apenas links como no Digg), a estrutura de seções (mais Collective, se quiserem), o banco de cultura (similar a tantas outras experiências em curso) e assim por diante: e cada uma dessas coisas traz sim, obviamente, tarefas específicas e trabalhosas de desenvolvimento, seja de criação e escolha das soluções, seja de implantação das mesmas. Sem falar no que ainda está por vir: blogs, perfis, fóruns, dentre outras seções e recursos ainda não implantados. E, último mas não menos importante, sem falar também na rotina de aprimoramento que a interface com os usuários certamente traria, e já está trazendo. Por isso mesmo, as inspirações são diversas e igualmente conhecidas, disponíveis nos Créditos do site. Se alguém considera que é possível fazer tudo isso sem maiores esforços, ou não acha que é justo remunerar as pessoas envolvidas pelo trabalho encomendado, evidentemente é muito bem-vindo ao debate e à apresentação de alternativas (de verdade, não estamos aqui para duvidar da maior competência de ninguém, mas sim comprometidos com esforço de colaborativamente somá-las o mais possível).

Outra diferença importante do Overmundo com relação a sites que desenvolvem projetos colaborativos de publicação de conteúdos extensos (e não apenas links) produzidos por usuários: na maioria destes sites (por exemplo: o Newsvine, o Collective - que também é desenvolvido com dinheiro público [da BBC inglesa] e se aproxima do Overmundo ao misturar o trabalho de uma equipe contratada com a colaboração espontânea -, o Ohmynews etc.), quando você colabora, você cede todos os direitos do seu trabalho para os donos dos sites. No Overmundo, você continua o dono de suas colaborações. Afirmamos também, na nossa coletiva de lançamento, que todo o dinheiro que o Overmundo vier a gerar (com patrocínio estatal ou não, com anúncios, vendas de conteúdo ou qualquer outra estratégia de sustentabilidade que aparecer), será reinvestido no Overmundo.

Fecha parênteses. Estamos abertos também para sugestões para todo o resto na forma de organizar o desenvolvimento do Overmundo e no orçamento resultante: porque a produção de conteúdo nacional e diversificado exige não apenas a rede de overmanos já existente, mas a colaboração prevista de outras pessoas à€“ freelancers à€“ pra se manter em expansão, envolvendo outras redes e linguagens (isto é, quando contactarmos qualquer usuário do Overmundo com encomendas de colaborações, e prazos para a entrega dessas colaborações, faremos contratos com esses usuários e pagaremos pela sua produção). A reunião e processamento disso tudo de forma consistente e a elaboração da estrutura do site demada uma equipe, mesmo pequena, de moderação. Fazer de tudo isso uma rede consistente e duradoura envolve comunicação, articulação, encontros durante pelo menos um certo período de tempo. Divulgar e promover diálogos no plano nacional significa algum, mesmo reduzido, investimento. Cada uma dessas coisas implica em administração, serviços contábeis, não raro apoio jurídico etc. Pagamentos trazem consigo incidência de impostos. O conjunto todo demanda um significativo esforço de desenvolvimento, estruturação e coordenação. O funcionamento da equipe e da administração exige um escritório. E assim por diante, justificando a nossa decisão de há quase dois anos já (toma tempo elaborar e formatar um projeto assim, apresentá-lo e passar por todas as instâncias necessárias de aprovação) iniciar a mobilização e o trabalho para colocar a idéia de pé pra valer.

Não é por acaso, afinal, que o mercado sente enorme dificuldade de tomar à frente na realização de projetos colaborativos desse tipo, e que não existam revistas, jornais ou sites com as características realmente nacionais (colaboradores oficiais em todos os Estados, dedicados ao debate cultural) do Overmundo no mercado, apesar da riqueza da produção cultural regional brasileira. O que temos aqui então? O Estado, preocupado em estimular este processo e democratizar estes canais, além de fazê-lo no marco do debate de ponta na área do direito autoral, promovendo, por meio do incentivo fiscal, a atuação em frente de evidente interesse social na qual o mercado não atua, ou tem enorme dificuldade de atuar. E o que fazemos todos nós, agentes sociais dedicados à difusão pública e equitativa de cultura no Brasil, à promoção da cultura e do conhecimento livres, à oxigenação e democratização da internet brasileira? Propomos e colocamos de pé iniciativas e canais que demonstrem ao mercado, à sociedade e ao Estado o valor e a viabilidade de tais causas. E, logrando demonstrá-las de fato, o objetivo do Overmundo é exatamente o da autonomia e da sustentabilidade: gerando dinâmica colaborativa, reduzir drasticamente os custos citados para a produção e a administração do conteúdo inicial; conseguindo obter alcance, viabilizar a obtenção no mercado e na sociedade de recursos que lhe permitam sobreviver após o ciclo inicial de investimento público. Então aonde está o problema?

Poderia ser, claro, no questionamento ao interesse ou prioridade que estas agendas devem ter como foco de investimento estatal. Legítimo, sem dúvida, essência da vida democrática. Aqui é questão de opinião: de nossa parte, achamos sim que o Estado não deve prescindir de destinar parte dos seus recursos à cultura, principalmente quando essa parte não chega hoje a 1% do orçamento público. Além disso pensamos que a internet é uma das áreas mais vitais para a vida cultural contemporânea, e sua própria estrutura não existiria (para citar só um exemplo: a estrutura da World Wide Web, WWW, foi desenvolvida no CERN, instituição de pesquisa patrocinada com dinheiro de governos europeus).

Outra hipótese é a de questionar o mérito de quem está fazendo o projeto. Aqui é preciso que se diga: denunciar e combater quando os processo públicos de escolha são obscuros ou desiguais é mais do que legítimo, necessário. Mas fazê-lo quando não é assim, é não apenas leviano como danoso: por minar por definição a credibilidade de qualquer ação pública e desestimular tremendamente o envolvimento com elas de pessoas sérias que prezam a sua reputação e dedicam-se a ela com compromisso e transparência. Até chegar aqui foram dois anos de elaboração e sustentação da proposta, que veio a ser aprovada na Lei Rouanet por meio de mecanismos públicos e abertos a todos, passando por todas as etapas necessárias, instâncias, comissões independentes etc. O processo premia a iniciativa e a dedicação: ninguém é obrigado a renunciar a outras coisas e interesses para lançar-se a ele, mas não é nada construtivo simples e irresponsavelmente se pôr a desqualificar quem o faça.

Por fim, há a possibilidade do questionamento voltar-se à própria concepção do projeto, baseado na crença de que seria possível fazê-lo de forma mais eficiente ou menos custosa. Ora, queremos crer, acreditando que é sempre possível melhorar, que de fato poderia - e pode.

Ganhar eficência e reduzir custos todo o tempo é uma das grandes qualidades da tecnologia do ciberespaço e é nessa trilha que estamos também. O projeto e o orçamento conquistados garantem ao Overmundo a possibilidade de desenvolver-se com qualidade, abrangência e solidez e de remunerar de maneira justa muitas energias envolvidas nisso (o que para nós pelo menos é também um valor em si). Mas ninguém precisa fiar-se neles pelos próximos 12 meses que ainda cobrem: está claro que uma das medidas de sucesso do Overmundo à€“ talvez a fundamental à€“ será ele conseguir não mais depender dessa estrutura à€“ e de quem a compõe à€“ por, tendo "pegado" e alcançado os públicos e motivações que busca despertar, funcionar e manter-se de maneira inteiramente colaborativa.

Ou seja, idéias para isso são muitíssimo bem-vindas: temos desde o início nos esforçado bastante para fazer com que a colaboração no Overmundo se dê não apenas na inserção de conteúdo, mas no seu desenvolvimento e melhoria também, por acreditar firmemente na vitalidade incomparável da inteligência coletiva, demonstrada bem antes do Overmundo por outras iniciativas virtuais que o inspiraram e inspiram. Sempre reforçando, tudo no site está inteiramente aberto para as sugestões e as experiências de todos (inclusive sobre as melhores formas de promover e organizar a colaboração). Muitas já vêm sendo apresentadas no Observatório do site e foram incorporadas ao projeto. Esta semana entrará em funcionamento o Fórum de Usuários dentro do mesmo Observatório (toma tempo, mas passo a passo vamos implementando todos os recursos previstos para o site, e os que ainda estão por sugerir-se - é sempre bom esclarecer que o desenvolvimento tecnológico do Overmundo só começou em novembro de 2005), canal pra abrigar e dinamizar este diálogo. Fica desde já e uma vez mais o convite.

Hermano Vianna
Ronaldo Lemos
José Marcelo Zacchi
Alexandre Youssef

Eu ia deixar o assunto de lado, eu já tinha postado que meu site não é sobre o Overmundo, calhou de eu ver o orçamento num site, achei absurdo, fiz um post. Não criei um blog para falar dessa gente. Eu vou mudar o template, achei um bem legal, domínio público, quando você se dispõe a procurar você encontra coisas muito legais de graça. Não vou nem manter esses posts, foge do escopo do blog e não quero dar publicidade, por menor que um blog pessoal seja, para essas pessoas. Mas eles não largam o osso e são cada vez mais desagradáveis, impossível ficar calado.

Olhem o que escreveram:

"No intervalo de algumas horas entre sexta e sábado, este foi atravessado por um evidente esforço de desqualificação rasteira, com a publicação por uma mesma pessoa de posts quase idênticos em vários dos blogs aonde o Overmundo é mencionado. Motivação não declarada, agressividade leviana (e difamatória já que pessoal antes de tudo)".

Nada nesse trecho é verdadeiro. Não foram posts, mas comentários. Engraçado que não saibam a diferença. Não foram vários, foram uns três. Não foram quase idênticos. Me causa espanto que perguntem qual a motivação. Conheço outro site que jogou milhões de reais numa ferramenta rudimentar. São péssimos desenvolvedores, mas ótimos vendedores. Mas é uma iniciativa privada, nada tenho com isso. Qual minha motivação? Cidadania. Informar o que vocês não informam em nenhuma parte do site, quanto custou a brincadeira. Não há leviandade em dizer a verdade e expor minha opinião. Não há difamação nenhuma. Não há nada pessoal, não conheço vocês, graças a Deus. Muito pelo contrário, enquanto eu falo contra o Overmundo, vocês falam contra mim, com ataques pessoais (antes moleque, agressivo e, agora, leviano). Fora isso, estou no pleno uso de meus direitos constitucionais, creio não ter violado nenhuma regra de nenhum dos blogs, nem estar fazendo isso aqui. Quem lê o que essas pessoas escreveram tem a impressão de que fiz spam, não, apenas uns dois ou três comentários, expondo minha opinião. A internet é democrática, não tem salas de edição.
Divulguei meu post no "Do Melhor", como divulguei um outro sobre a Amazon. É um direito que esses blogs me dão, que o "Do Melhor" me dá, se os donos dessas ferramentas se sentissem incomodados poderiam retirar, seria também direito deles.

Estamos aqui diante de uma tentativa draconiana de desqualificar, censurar, eliminar qualquer opinião discordante. Isso só interessa, evidentemente, a quem ganha dinheiro com isso.

Tenho acompanhado um pouco dessa discussão, e queria colaborar um pouquinho. Antes que me acusem de qualquer coisa, já aviso: conheço o Hermano, conheço o Ronaldo e também conheço o Hernani, o Marcus e o China, que andaram comentando por aqui.

Minha opinião, as coisas começaram quando o china questionou: "Não acho que o papel do Estado seja financiar a construção de sites." Essa é uma contestação que eu considero legítima. Discordo, por alguns motivos já mencionados - a história da internet contou com apoio público diversas vezes, e o mercado - especialmente no Brasil - não dá conta de criar serviços relevantes que proponham a descentralização da produção de informação e a criação de repositórios de cultura livre.

Tudo o que seguiu, entretanto, parece surreal. A gente passa anos reclamando que o que a gente faz não é reconhecido, não dá pra sobreviver disso, que a gente tem que trabalhar em outras coisas e fazer isso como hobby - e quando surge o primeiro exemplo do contrário, todo mundo cai em cima? Meio estúpido isso, ao que me parece.

Fazer site colaborativo com drupal? Claro, monto um em menos de uma hora, cheio de recursos interessantes. Mas sempre falta alguma coisa, porque eu não tenho grana pra contratar equipe, não tenho tempo pra me dedicar, porque um módulo específico ainda não está à altura do que eu preciso. E, com exceção de casos como o próprio china, o site vai ser fatalmente abandonado depois de alguns meses, por falta de saco. Já passei por essa situação meia dúzia de vezes, e fiquei realmente feliz de ter visto o overmundo encontrar uma maneira de trilhar outro rumo. Eu também não ganhei um puto com o overmundo. Eu também gostaria, às vezes, de poder dedicar minha vida a um projeto semelhante, e ser remunerado pra isso. Eu também gostaria de ser ouvido para as próximas versões do overmundo. Acho que o china também. E o hernani. E todos que possam ter alguma contribuição. Mas não acho que desqualificar o primeiro site que conseguiu articular um caminho viável seja uma boa estratégia. É tiro no pé. É dar razão pra quem acha que o estado não deve investir em cultura, que produção colaborativa é coisa de cumuna, e que dinheiro da Petrobras tem é que sustentar barretão e companhia.

Meu inimigo está em outra parte, e a guerra é outra, maior do que se imagina.

ff, a guerra tá no silêncio, no uso e no abuso. A questão não é apoio público. A questão não são 2 milhões. A questão é que sempre cai na mão dos mesmos; não há descentralização... cara, vc tá pelegando???? meu inimigo está na postura arrivista; nas articulações nas escuras, na falta de acesso. Pois lei rouanet funfa para quem tem amigos na petrobrás...

vou ter que contratar com o hd - tambem monto um site a la overmundo nos mesmos 15 minutos de trampo, mas diga ai, aguem vai me dar 2 milhoes pra montar um site desses? o converse.org.br eh tipo isso, e 2 milhoes foi a grana para todo o projeto cultura digital do ano passado.

jah que tah todo mundo lendo tambem, vale ressaltar o caso do canto livre, proposto pelo ronaldo, mas que nao vingou, enquanto o estudiolivre.org, que tambem nao tinha grana fodida para o orcamento (foi praticamente imposto como uma necessidade) jah tem o recurso funcionando, online, gracas ao esforco da equipe hacklab-arcausp-ipti

o que eh complicado eh saber que o hermano faz parte do comite de escolha do petrobras cultural e escolhe para mandar grana para o proprio site! sendo que varios outros sites jah faziam a mesma coisa. No minimo chato. ou anti-etico, mas isso foi meu pai que me ensinou e o cara eh um velho antiquado das minas gerais da decada de 40-

soh pra completar: o overmundo eh baseado em drupal? vi que muito da estrutura do site (diretorios includes, database etc) sao os mesmo que o do drupal. se foi utilizado essa ferramenta, o minimo que se deve fazer pelo conteudo livre e vida livre e todo esses codinomes livres que tem por ai eh citar a fonte. se olhar a licenca do drupla, voce percebe que recisa deixar um link na pagina do seu site com o famoso "powered by drupal" om link para o site...

Otima e ponderado comentario

Vamos festejar o Overmundo e a possibilidade que se abriu, pelo menos na Petrobras, de outros sites, que na verdade sao sonhos acalentados, serem viabilizados

Afinal o site é so uma das formas de nossos sonhos

Concordo com o artigo do China, dinheiro público para construir sites que poderiam muito bem ser desenvolvidos sem essa fortuna é um completo absurdo!

Tem que espalhar a notícia. Isso é um escândalo. Postei e linkei sua notícia.

Marqz, obviamente discordo de tudo o que voce fala, mas defendo ate' o ultimo momento o seu direito de dizer o que quiser. Se voce acredita mesmo no que diz e para que o debate seja responsavel, a primeira coisa que seria importante voce fazer seria se identificar, dizer publicamente quem voce e'. Afinal, se for para levar a serio os seus comentarios e' importante mencionar que voce sabe ou pode saber exatamente quem sou eu, quem e' o Hermano Vianna e todas as pessoas responsaveis pelo Overmundo (se nao sabe, e' so' dar uma olhada nos creditos do site). Assim, ate' por cortesia, ja que estou levando a serio o que voce diz, seria bom voce deixar o veu do anonimato ao fazer alegacoes como essas que voce esta fazendo. Se voce acredita mesmo no que esta' dizendo, venha a publico e vamos conversar.

Quanto ao merito do que voce diz, nao lhe parece um pouco infundado? O orcamento de qualquer projeto como o Overmundo e' publico. Todo o processo envolvendo o site foi e continua a ser absolutamente transparente. Se voce acha que nao foi, entao diga porque. Pelo fato do Hermano conhecer o Ministro Gilberto Gil? Imagine a quatidade de pessoas que nao conhecem o Ministro: todos os cineastas, musicos, artistas populares, agentes da cultura digital e outros que que conhecem o ministro e utilizam a lei rouanet e do audiovisual estariam na mesma situacao que voce aponta. O ministro da cultura ideal para voce talvez seja um que nao tenha nenhum contato com ninguem que trabalhe com cultura no Brasil e é seu direito pensar assim. Mas se voce acha que ha qualquer irregularidade, por favor encaminhe as evidencias para o Ministerio Publico, o Tribunal de Contas ou o Poder Judiciario. Se nao, o que voce faz nao passa de molecagem. O Overmundo é um projeto importante e sério, o resultado de todo o trabalho já está disponível lá no site para ser visto. Mesmo você tendo jurado nunca mais ir lá no site, eu recomendo fazer uma visita exploratória e constatar o verdadeiro debate nacional que o site está gerando.

Por fim, lembro que o Overmundo nao e' um projeto pontual como um filme, que diga-se passagem, em geral custa muito mais caro que o Overmundo. O Overmundo e' um projeto que tem duracao no tempo e foi feito para ter continuidade, com recursos para funcionar por um 1 ano e meio. Voce pode discordar da importancia dele conceitualmente. Por exemplo, voce pode nao se importar com absolutamente nada com relacao a divulgacao da cultura brasileira e estar satisfeito com a situacao atual. Nesse caso, o debate e' outro. O importante é lembrar que um projeto do tamanho e importância do Overmundo é fundado em redes sociais e não em exercícios tecnológicos, como você parece acreditar. A construção dessas redes é um processo lento e gradual, como qualquer pessoa que conheça a web colaborativa de verdade sabe. E isso leva investimento, perseverança e sustentabilidade no tempo.

Aguardo então você contar a todo mundo que está vendo esse debate um pouco mais sobre quem você é. Daí podemos continuá-lo. Senão peço licença para ignorar completamente o que você pensa e diz e caracterizar a sua atitude como molecagem.

Cordialmente,

ronaldo_lemos

à€œa primeira coisa que seria importante voce fazer seria se identificar, dizer publicamente quem voce eà€™à€
Eu sou Marqz mesmo, mas se eu me chamasse Raimundo seria uma rima com Overmundo e não uma solução. Aliás, a última coisa que eu gostaria era de rimar com Overmundo, ele representa tudo por que eu tenho um profundo desprezo.
Você, por exemplo, se chama Ronaldo Lemos e para mim essas duas palavras juntas não significam muita coisa, aliás nada. Ademais, não lhe devo satisfações. Não tem dinheiro seu no meu bolso.
à€œMas se voce acha que ha qualquer irregularidade, por favor encaminhe as evidencias para o Ministerio Publico, o Tribunal de Contas ou o Poder Judiciarioà€

Eu jamais disse que era ilegal. É imoral, mas ilegal não é.

à€œSe nao, o que voce faz nao passa de molecagemà€.
Não sei, eu achei que a constituição me desse o direito à liberdade de expressão. Pelo visto Ronaldo Lemos (quem?) acha que não.

à€œPor fim, lembro que o Overmundo nao eà€™ um projeto pontual como um filme, que diga-se passagem, em geral custa muito mais caro que o Overmundoà€.
Tenho minhas reservas quanto ao uso de dinheiro público para isso também. De qualquer forma, um filme tem um potencial de público muito maior do que um site, a comparação chega a ser ridícula. Além disso, os filmes costumam conseguir várias formas de financiamento. Nem sempre o valor é maior do que esse que vocês conseguiram.Informe-se.
à€œSenão peço licença para ignorar completamente o que você pensa e diz e caracterizar a sua atitude como molecagemà€
Por favor, ignore. O post não foi escrito para você. Você é apenas alguém que está ganhando dinheiro com o projeto, natural que o defenda desesperadamente, mesmo sem argumentos. Mesmo que qualquer site usando Mambo/Joomla pudesse fazer de graça o que o Overmundo faz com 2 milhões de reais, valor suficiente para a compra de dezenas de milhares de livros, que poderiam ser comprados para municípios que não têm bibliotecas. No Digg, o que você é pago para fazer, as pessoas fazem de graça e expontaneamente.

Sua falta de educacao naum contribui em nada

Não é isso que está sendo discutido e, sim, o patrocínio governamental de projetos culturais de orçamento exagerado, de pouco alcance e cujos resultados não são oferecidos publicamente para que se possa avaliar sua relevância, como seria desejável em qualquer iniciativa que usa dinheiro público.
É claro que me atacar pessoalmente é mais fácil.

Entre a Formula da Bunda Perfeita, publicada na home do Espaco Livre o site br101.org e O mano oficial publicado na home do Overmundo...nem preciso dizer com qual fico ne

O China tem razão! O BR101 tem todas as facilidades do Overmundo. E isso graças ao movimento do software livre, onde as comunidades atuam com repositórios do conhecimento. Acho que empreitadas como o overmundo deveriam utilizar esses softwares, melhora-los quando possível e devolver às comunidades que já estão na labuta. O simples fato de disponibilizar em CC ou em GPL não faz a ação colaborativa.

Bem, quanto aos valores investidos pela Petrobrás... sei lá. Estou nesse processo faz tempo e, sinceramente, nunca recebi grana para desenvolver os projetos que estou metido. E, acredito que existem projetos com mais tempo de rede e comunidades que deveriam ser apoiados...

[]s, hdhd

HD

a Petrobras tem licitacao todo ano para escolha de projetos culturais

o Overmundo so teve a competencia de participar do processo licitario

Voce ja se deu o trabalho de inserir um projeto na lei roaunet e aprova-lo no MINC ?!?

acredito que naum...voce escolheu outro caminho certo

cada um escolhe um caminho, e o sua escolha naum invalida a do outro e vice versa

que o Overmundo tenha vida longa, com ou sem patrocinio

MR, vc trabalha com projetos culturais. Diga: do que vale ter aprovação da lei rouanet? nada. vc vai ter que correr atrás de patrocínios. E petrobrás, meu velho, não dá grana pra qualquer um... bem, não tenho nada contra o overmundo, nem contra os caras. acho que a fórmula de se viabilizar o projeto poderia ser mais colaborativa

China, Malungo:

aqui fala o Hermano

complementando o que o Ronaldo já falou:

vocês não precisavam ter feito nenhum esforço para descobrir o orçamento do Overmundo - eu, Ronaldo, Alexandre e Zé Marcelo somos facilmente acessíveis via email e via o próprio Overmundo - estamos sempre por lá respondendo comentários, incentivando o debate - além disso o Overmundo é totalmente aberto para receber críticas

não me sinto nem um pouco incomodado com esse tipo de crítica: acho muito importante que isso aconteça - e temos cuidado extremo para fazer tudo da forma mais transparente possível

outra coisa: anunciamos esse valor na coletiva de lançamento do Overmundo, em São Paulo, para as dezenas de jornalistas que estavam presentes

e mais: esse valor está publicado no Diário Oficial, como acontece com todos os projetos aprovados para captação via Lei Rouanet

e mais ainda: como todo projeto aprovado na Lei Rouanet, todos os valores do orçamento foram analisados por técnicos contratados pelo MinC, e também por um conselho (CNIC) que inclui gente de fora do MinC, um processo longo que quem já inscreveu projetos na Lei Rouanet conhece - então tudo é público

sobre os custos do desenvolvimento do software original especificamente para o Overmundo (o codigo estará disponível em breve também licenciado em CC): é uma simplificação dizer que o que está no ar é uma cópia do Digg - é pegar um aspecto do Overmundo, um aspecto que considero superficial (as semelhanças com o Kuro5hin são bem mais importantes no Overblog - mas não no Banco de Cultura, não na comunidade de blogs que ainda vai entrar no ar etc.) e generalizar para o todo, com o objetivo (sei que não é o do br101 - respeito muito o seu site) de criar uma onda de desinformação para desqualificar todo o projeto - acho que o texto dos créditos do Overmundo (http://www.overmundo.com.br/estaticas/creditos.php) explica bem essa questão

há muitas ferramentas no Overmundo que o software do Digg nem sonha em disponibilizar e que há um custo sim para serem desenvolvidas (e também a integração entre as várias ferramentas pré-existentes custam algo - e fizemos orçamento para desenvolvimento com 5 empresas e escolhemos a que apresentou custos mais baratos - isso está tudo documentado)

outra coisa: não estamos fazendo um site que disponibiliza apenas textos como o Digg - temos videos, música e um custo de hospedagem e banda mais alto que sites só de texto - como a previsão é de ter um banco bem rico e diversificado (e as pessoas ainda não estão usando bit torrent como imaginamos que usariam), com a possibilidade de streaming etc, esses custos podem se tornar bem mais elevados, e isso está previsto no orçamento

o orçamento (que é para 18 meses) não é só para custos de desenvolvimento de software nem de hospedagem - o que custa caro mesmo é a produção de conteúdo - o trabalho de muitas pessoas que contribuem, com tarefas pre-determinadas, para o Overmundo é pago - temos 28 desses colaboradores pagos espalhados por todo o Brasil, trabalhando desde novembro - e esse é um número de colaboradores inicial

além disso temos uma equipe carioca que edita o site, administra (faz pagamentos etc), que precisa de um escritório

optamos por essa estrutura híbrida de equipe fixa e site aberto para esses 18 meses iniciais do Overmundo - entendemos que seu custo é o investimento inicial do Overmundo

tudo está montado para que essa equipe inicial desapareça e que o Overmundo vire um site feito sem equipe paga incentivando o fluxo de conteúdo

tomamos essa decisão pensando nos problemas que o Overmundo deveria atacar, que estão bastante entranhados e são muito difíceis de combater: não é fácil conseguir colaboração de todos os estados, sobretudo no início de um site que ninguém conhece - portanto achamos que tinhamos que ter um tratamento diferente (para não ficar esperando eternamente pelo primeiro texto de Roraima por exemplo - e acho que estávamos certos, as contribuições estão chegando aos poucos - e como vocês mesmo falaram, o nosso trabalho principal agora é de sedução - portanto ter um site que já tem início com muito conteúdo, e que tem a garantia de produção continuada de conteúdo nos primeiros meses, nos pareceu ser um caminho mais certo para o primeiro momento do Overmundo - e reparem bem que não estamos propondo um site que recebe qualquer tipo de colaboração, mais simples como as fotos do Flickr ou os vídeos do YouTube - o Overmundo precisa de um conteúdo mais elaborado...)

acho que tem dado certo - estamos recebendo mais e mais conteúdo interessante, textos, músicas e vídeo - o sucesso do Overmundo não deve ser medido apenas pela quantidade de acessos (e estamos apenas no primeiro mês no ar) e sim pela qualidade de seu conteúdo, e pelo debate que esses conteúdos geram dentro do site

isso é coisa que leva tempo: meses ou anos para dar certo - e, a não ser que fizéssemos um site simples como o CraigList, isso exige um investimento inicial sim

a Petrobras apostou na idéia, acha que é importante ter um site assim no Brasil, mas de maneira alguma interfere no conteúdo do site - não há como interferir: se a comunidade quiser colocar por lá qualquer tipo de conteúdo, vai colocar - é só votar etc. - acho uma iniciativa louvável (e bem arriscada) para qualquer empresa - mas essa é minha opinião, sei que vocês podem discordar (e é bom que discordem, e que vigiem todos os passos do Overmundo - e façam críticas lá no Overmundo quando encontrarem algo que imaginem ser errado)

eu acredito sim que o Overmundo vem contribuir na tentativa de criar uma saída para problemas (centralização da produção de informações de cultura no Brasil, dificuldade das produções locais circularem nacionalmente etc.) que o mercado tem se mostrado incapaz de solucionar

outra coisa: acho importante sim que o Estado tenha propostas para a internet, e incentive os projetos que acha importante - seria absurdo se isso não acontecesse - deixar tudo para o mercado seria uma atitude muito pouco responsável diante da importância que a internet tem nos dias de hoje (uma internet que como diz o Ronaldo foi construida basicamente com recursos públicos e o mercado só passou a investir pesado na internet a partir de meados dos anos 90, quando a estrutura já estava pronta)

já falei demais, tenho muito mais para falar, mas confesso que ficar escrevendo aqui no quadrinho dos comentários não é tarefa das mais agradáveis - tomara que tenha ajudado a explicar melhor o que fazemos no Overmundo

abraços

O discurso do Hermano esta orquestrado com o do Ronaldo cada um justifica os seus interesses com palavras evasivas e obvias. Clao Hermano que o que citou esta previsto na lei de incentivo, porem não justifica a existência do gasto de dois milhões para onde não razões concretas de incentivo, objetivos sociais. Este discurso existe em muitos outros lugares da sociedade os seus representantes tambem utilizam o dinheiro publico para simplesmente reverterm em beneficios particulares e materiais, que se julgam no direito e juram que fazem a coisa certa, assim como o Ronaldo Lemos e o Hermano Viana fazem!

Oi China, e' uma pena que voce tenha uma visao tao desfavoravel do Overmundo. O que eu posso te pedir e' para entrar no site com cuidado e ver o que esta' acontecendo por la, especialmente as materias, conteudos e discussoes envolvendo gente de todo o Brasil.

O Overmundo nao foi criado para ser um exercicio tecnologico, mas para resolver um problema real: a dificuldade de acesso a cultura de todo o pais. E nisso ele tem sido muito bem sucedido.

Se o problema que voce aponta diz respeito a recursos publicos, entao essa e' uma questao generalizada, que vale uma reflexao diferente: a internet surgiu gracas a recursos publicos, beneficiando muita gente, inclusive voce e o seu site.

Acho a discussao sobre o uso dos recursos publicos crucial e importantissima. O dinheiro publico tem um papel vital onde o mercado nao atua ou nao tem interesse em atuar - como por exemplo, a disseminacao e disponibilizacao da producao regional do pais. Voce sabe que nao e' facil encontrar o que e' produzido no Piaui, Campo Grande ou Manaus. O Overmundo ja esta facilitando isso, beneficiando especialmente quem vive fora do rio e de sao paulo.

Por fim, o Overmundo nao e' uma obra fechada como um filme. Ele e' uma iniciativa permanente, aberta e com gente em todo o pais (ao menos uma pessoa em cada estado), com recursos para funcionar por 1 ano e meio. A partir dai temos de dar um jeito de manter o projeto. Provavelmente muita gente ficaria feliz se o Overmundo nao desse certo. Mas tenho certeza de que mais gente ainda, nao so' eu, vai continuar fazendo de tudo para isso nao acontecer.

Um abraco do

ronaldo

Não existe justificativas concretas e sim a base do uso do dinheiro publico, o que tornaria desnecessario o discurso escrito do Ronaldo Lemos. São gastos 2 milhões para nada, muito dinheiro onde não existe nada de concreto que possa justificar, o dinheiro do povo brasileiro! O discurso defende a existência do patrocinio sem justificativa concreta!

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