Indiano aplaude ousadia brasileira
O rediff.com publicou um artigo do colunista, Ashok Mitra, defendendo o ensaio de independência dos EUA da nossa política externa.
The US, the hyper-power, has been taking the rest of the world for granted. In case the rest of the world keeps shying away from protesting, the US authorities would begin to behave even more atrociously. Checkmating it is an imperative necessity. If the other victimized nations are hesitant, Brazil will show them the way to be cheeky. And one nation's courage will, sooner or later, bloom into collective valour.
...
Brazil has chosen to be nonchalant; it however badly needs company. That company will certainly not be provided by the government of India, whose own double citizenship rules are as racist and pro-white as the American order on fingerprinting. What about China though? It is one country with which the US authorities like to be on their best behaviour. Chinese citizens are equally affected by the indignity of the American decision, and they by now have ample clout to deal a body-blow to American hegemony. But, then, realpolitik often takes mysterious routes.
Mitra é ensaísta e foi Ministro das Finanças de West Bengal e chefe da assessoria econõmica do Governo Indiano. O texto é meio "radical" e não reflete a opinião do resto do mundo sobre as nossas "demonstrações de coragem".
Outro apoio indireto para a nossa picuinha veio do prefeito de Varsóvia e líder de um dos grandes partidos da direita polonesa, Lech Kaczynski, que cancelou uma viagem à Chicago e Nova York até os americanos acabarem com essa coisa de fotografar e pegar digitais de visitantes... Há uma notinha sobre o assunto no pé da reportagem do New York Times sobre a prisão do piloto da American Airlines.
Tõ achando que não vale a pena... Muito barulho por nada.
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Comentários
Covarde Anônimo (não verificado)
seg, 19/01/2004 - 10:58
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Faço questão de discordar do colunista indiano veementemente mesmo sem (ainda) ter lido o que ele escreveu. Nossa diplomacia, que já foi fruto de vários elogios internacionais, embora pequena e sem recursos, não se tornou independente nos últimos meses. Faz tempo que o é. Antes que me venham com críticas ideológicas, o elogio nem cabe ao FHC, período na qual nossa competente diplomacia ajudou, e muito, ao Brasil na conquista de novos mercados internacionais. Alíás, papel que continua sendo bem feito com o apoio do Lula. Aproveitando-se oportunamente com a grande curiosidade internacional que cerca um presidente operário de esquerda da América Latina e seu igualmente grande carisma.
Nosso corpo diplomático é bom e o continua sendo porque, na verdade, mudou muito pouco. É graças a este fato que nosso corpo diplomático se tornou bom. Os diplomatas têm uma carreira bem estabelecida com padrões éticos rígidos, fundamentais para uma função essencialmente política que deve ser exercida com igual eficiência, não importando a orientação política do mandatário da nação. Eles também tem uma competente escola para preparar seus pares, cujos alunos são escolhidos de maneira bastante independente e por critério de competência. Acima de tudo, seus métodos e valores respeitam o princípio da meritocracia e da função pública.
É uma pena que o mesmo não possa ser dito de outras áreas do poder público brasileiro. E desastroso perceber que o primeiro partido de *percebido* como de esquerda, que chega a governar nosso país, não tenha o menor respeito pelo princípio da continuidade que é a idéia mais fundamentalmente aceita sobre a eficiência da função pública. O PT vem executanto um abragente aparelhamento do estado brasileiro, com toda competência que seria esperada daqueles que aprenderam os velhos princípios da esquerda militante da guerra fria.
Voltanto à nossa diplomacia, o que mudou foi a nossa vocalidade. Nada muito sábio, pensando no esteriótico que substantivo adjetivado diplomático deriva. Porém, uma estratégia muito válida em uma série de cenários. Os americanos dela com freqüência. Infelizmente, em muitas vezes, só porque podem e não porque devam.
O problema está na natureza da palavra estratégia. Ela vem a ser um caminho para se chegar a um objetivo. Qual são os objetivos que suportam a nova vocalidade da diplomacia brasileira? Agora comandada por quadros controversos que não gozam do apoio da maioria, mas que serão respeitados visto que existe um forte princípio ético. No alto escalão, os incomados se afastarão.
Por exemplo, qual o objetivo em relação a ALCA? Assinar? Não assinar? Estas são perguntas absolutamente inócuas porque a racionalidade obriga pergunta sobre a natureza do acordo em discussão. Negociar? Não negociar? Para esta, "é Inês é morta" (espero), pois estamos negociando e não me parece que estejamos admitindo sair do acordo.
Imagino que pretendemos construir um acordo que garanta o acesso de nossos produtos agrícolas e a eliminação dos mecanismos que dão aos americanos o poder de julgar nossas práticas comerciais fora do âmbito da OMC, como a emenda Bird. Em que ajuda então a nossa nova vocalidade?
Claramente, temos novos níveis de conflito com os americanos. Bush & Co, depois de agraciados pelo Bin Laden com um super mandato para guerra contra o terrorismo, se já nunca foram flor que se cheire e ficaram muito piores. Em especial, porque, se qualquer guerra é xenófoba, a contra um inimigo elusivo é também paranóica, visto que o inimigo é intangível.
Mas vamos lá, o que ganhamos? Liderança? Os 21 que viraram não sei quantos e desapareceram, não indicam boa coisa. As reclamações da Argentina acerca desta pretensão tampouco. Além disto cabe notar que líderes sempre fomos, porém mais quietinhos. Melhoramos nossa posição de barganha? Acho que não. Melhoramos nossa pauta? Se sim, não parece ser em nenhum item de primeira ordem.
A única coisa relevante que conseguimos foi mudar de o acordo no qual todos países teriam que concordar, para outro, assinado entre partes com pautas variáveis. Entre negociar sozinho com os americanos e fazê-lo junto com os outros países da América Latina. Prefiro a segunda hipótese. Principalmente, se o Brasil estiver em sua liderança natural (liderança natural = % população + % do PIB da região + qualidade da diplomacia).
Negociações binacionais são boas para quem tem mais poder ou para quem tem objeções minoritárias. O Brasil não está em nenhuma das duas condições.
O primeiro resultado pragmático da "nova" diplomacia brasileira, que fez nosso Chanceler dar entrevistas vitoriosas, saindo da posição desconfortável que lhe renderá o fracasso do Grupo dos 21, é um verdadeiro desatre.
Agora, minha análise só faz sentido e só posso discutí-la se for aceito o princípio de que o crescimento de nossa economia, pré-condição para a melhora de condições de vida de nosso povo, é, em parte, derivado de capacidade exercício de potencial nosso exportador, que está diretamente conectado a nosso acesso a mercados. Ora, os Estados Unidos da América são o maior mercado do mundo, e também nosso maior comprador. Se existir uma ALCA, deveríamos ser signitários dela.
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