IBM apóia outra iniciativa Open Source

A IBM anunciou ontem, pouco menos de um ano após endossar o sistema operacional livre Linux (ver neonews 18/08/2000), o apoio a outro projeto de desenvolvimento colaborativo: o grid computing (Computação Distribuída, ver neonews 16/03/2001). O objetivo desta tecnologia é fornecer o poder dos supercomputadores para os PCs e outros dispositivos distribuindo o trabalho de processamento de dados através de uma Rede.

A idéia não é nova. Existem há anos algumas experiências de sucesso como o SETI@home e pesquisas de remédios para a cura do câncer. Nestas iniciativas, as informações são divididas em pequenos pacotes que são enviados para milhões de computadores como o seu. Estas máquinas remotas analisam os dados e devolvem os resultados a central.

Em alguns anos, pode ser possível dividir também vários tipos de programas e grandes bases de dados, tornando a Internet mais do que um meio de comunicação. Hoje, usamos o e-mail, ICQ (ver neonews 19/01/2001), trocamos arquivos de música e vídeo com clientes gnutela - os substitutos aprimorados do Napster (ver neonews 15/09/2000) - e navegamos pela Web. No futuro, a própria Rede será um computador. A informação será processada por várias máquinas conectadas tornando acessíveis o poder dos supercomputadores que hoje custam milhões de dólares.

Segundo reportagem no New York Times, a IBM não está divulgando quanto vai gastar, mas está colocando o grid computing no mesmo nível do Linux, onde vai investir cerca U$ 1 bilhão.

Estas últimas iniciativas da mais tradicional gigante da informática trazem uma coisa mais importante que dinheiro para a comunidade de desenvolvimento Open Source (sistema de trabalho colaborativo, no qual os códigos dos programas são abertos e qualquer um pode usar e modificar desde que não cobre nada por ele): credibilidade.

Hoje, muitas corporações ainda não levam a sério os produtos criados através do trabalho colaborativo. O cenário atual lembra o começo dos anos 80, quando os computadores pessoais ainda eram encarados como brinquedos. A maioria dos executivos temia investir em produtos inventados por empresas tocadas por jovens sem gravata que começaram trabalhando em fundos de quintal. O uso profissional dos micros só deslanchou quando foi lançado o IBM PC, há 20 anos, pois como observou o jornalista Robert X Cringley: "ninguém nunca tinha sido mandado embora por comprar produtos IBM".

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