Conselho do Campus da USP quer acabar com o ciclismo paulistano

Sempre houve uma polêmica a respeito do uso do Campus da USP para atividades de lazer. Nesta metrópole suja, poluída, desavergonhosamente roubada por gestões populistas, é natural que haja uma disputa por uma das poucas áreas verdes disponíveis.

A USP há muitos anos expulsou os pobres jogadores de futebol se divertaim nos fins de semana na Praça do Relógio. A justificativa foi a segurança... Afinal, pobre é bandido e vândalo na cabeça de alguns burocratas da academia.

Os boleiros reclamaram, mas encontraram uma alternativa. Espaços para jogar futebol não faltam por aqui.

Agora o Conselho do Campus da USP está proibindo os ciclistas "sem vínculo com a USP" de treinar. O que os burocratas acadêmicos talvez não saibam é que a alternativa à Cidade Universitária é a Rodovia dos Bandeirantes.

Uma opção só para quem tem alguma experiência e coragem de enfrentar os perigos da estrada e da marginal Pinheiros.

Como os novatos não vão ter onde treinar com segurança na Cidade de São Paulo, se a proibição for mantida o ciclismo paulistano vai deixar de existir... O triatlon tb vai acabar dançando por tabela.

Veja a justificativa do Conselho do Campus da Capital (presidido pelo prefeito do campus e composto pelos diretores de unidades, institutos e museus, pelo superintendente do HU e por representantes de alunos e funcionários) nesta nota da Agência USP

"Os atletas praticantes de ciclismo que não têm vínculo com a USP serão proibidos de circular na Cidade Universitária a partir do dia 25 de abril, conforme decisão do Conselho do Campus da Capital.

Segundo comunicado da Prefeitura do Campus da Capital enviado à Divisão de Operações e Vigilância, docentes, funcionários e alunos têm dirigido constantes reclamações à Prefeitura e à Ouvidoria Geral da USP. O Conselho considerou que a utilização das vias de tráfego por grupos de ciclistas-atletas coloca em risco a segurança de pedestres e dos próprios esportistas, causando transtornos ao fluxo de veículos e de pessoas em geral.

O ouvidor geral da USP, professor Ruy Laurenti, afirma que as ocorrências registradas pela Guarda Universitária envolvem desentendimentos entre ciclistas, pedestres, motoristas em geral e condutores de õnibus circulares. à€œAs queixas são quantitativamente consideráveis, variando de uma a três por semanaà€, diz o ouvidor.

Com a medida, as vias de circulação da Cidade Universitária só poderão ser utilizadas no período de segunda a sexta-feira por ciclistas que sejam integrantes dos quadros de docentes, de funcionários e de estudantes da Universidade. O campus continuará liberado para os ciclistas de fora da USP aos sábados, das 5 às 14 horas, e em dias de competições esportivas autorizadas pela Prefeitura do Campus.

Segundo o ouvidor, os problemas com os ciclistas acontecem com freqüência, mas têm se agravado consideravelmente há cerca de três meses. "Se não fosse tomada nenhuma providência, haveria risco de incidentes graves", conclui."

Concordo que a coisa tem piorado com a popularização do ciclismo e a invasão dos personal trainers coletivos (veja nota). Já vi absurdos de falta de respeito como um Gol com porta-mala aberto puxando 3 bobos de bicicleta a 60 km/h na rotatoria da reitoria.

Poderia ser proibida a atividade comercial destes profissionais da educação física dedicada a rigidez da região glútea que não ensinam o minimo de civilidade para seus "alunos". Pode ser criado um limite para o tamanho dos pelotões para não assustar os pedestres desacostumados com o esporte.

Não acho justo com os ciclistas que usam o campus da USP há decadas e nunca incomodaram ninguém.

Pq o grupo de aposentados que pedala quase todas as manhãs precisa ser prejudicado pelas supostas atitudes de um bando de novatos no esporte que provavelmente vão desistir da bicicleta assim q a próxima moda surgir?

De qq modo, uma instituição pública, mesmo que não seja obrigada pela lei, não deveria diálogar e entender a situação antes de anunciar uma decisão dessas?

Espero que esses personal trainers coletivos assumam a responsabilidade e pelo menos tentem resolver o problema que causaram. Acredito que com um pouco de flexibilidade e diálogo por parte da Prefeitura da Cidade Universitária será possível salvar o ciclismo na cidade de São Paulo.