Os cérebros estão em alta
Nos primeiros tempos da Internet quando investimentos milionários não existiam, teóricos e entusiastas acreditavam uma grande mudança nas relações sociais, onde indivíduos e pequenas empresas teriam mais chances de competir.
Jornalistas, por exemplo, poderiam montar um site e atingir diretamente seu público. Os criadores de conteúdo receberiam a recompensa por seus serviços sem ter que dividi-la com o dono dos meios de produção e a estrutura burocrática da empresa.
O pequeno comércio poderia brigar de igual para igual com as grandes lojas, já que na Internet todos teriam as mesmas chances de atingir os consumidores, desde que encontrassem soluções criativas de marketing e soubessem manter um relacionamento com os clientes com a ajuda da Rede.
Nos últimos anos, o Capital "descobriu" o potencial da Rede. Com milhões de dólares disponíveis, foram criados modelos de negócio mais ambiciosos com o objetivo de obter grandes fatias do mercado, sem a preocupação do retorno dos investimentos em curto prazo.
As novas empresas, como discutimos anteriormente (ver neonews 03/11/2000 e 13/10/2000), gastaram grande parte dos recursos dos fundos de investimento em propaganda, tentando criar uma marca e atrair um número enorme de consumidores para sustentar a grande estrutura montada. Então, a abundância de recursos financeiros na mão de poucos, diminuiu o espaço das iniciativas mais modestas.
Hoje, muitas empresas que investiram milhões de dólares em propaganda em canais de televisão, revistas e jornais não conseguiram o retorno esperado. Os investimentos ficaram mais escassos. Muitos modelos de negócios precisam ser revistos e muitas empresas vão quebrar.
Essa nova realidade não deve ser vista como a falência da Internet. A Rede continua crescendo, em todas as pesquisas a quantidade de usuários aumenta, os governos, inclusive o brasileiro, têm alocado recursos para democratizar o acesso, mais computadores estão sendo vendidos e novas formas de conexão como os celulares Wap (ver neonews 05/05/2000) podem tornar-se importantes.
Em todos os momentos de mudança são criadas oportunidades. Ainda não há definição sobre os modelos da "segunda onda" de empresas virtuais, mas com menos recursos financeiros, voltam a ganhar importância criatividade, união e trabalho. Assim, algumas idéias dos pioneiros da Internet como o comunidade (ver neonews 01/09/2000 e 04/08/2000), coopetição (ver neonews 22/09/2000) e parcerias (ver neonews 29/09/2000)tendem a ganhar mais força.
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