Desobediência Civil

No mundo virtual, é possível seguir os passos do homem mostrou o caminho para transformar a realidade sem usar violência. Como no mundo real, para participar de protestos e passeatas não é preciso ter nenhum conhecimento técnico, basta acreditar na idéia.

As primeiras manifestações de massa na Rede foram contra o Estado Mexicano depois de que 45 indígenas foram mortos em Chiapas, no final de 1997. Em janeiro de 1998, foram definidos como alvo cinco corporações financeiras mexicanas. No horário marcado, pessoas de todo o mundo entraram normalmente nos sites das empresas selecionadas e ficaram apertando o botão "atualizar" do navegador. A atitude parece inocente, mas incomoda bastante o alvo do protesto, pois quando muitos acessam uma página ao mesmo tempo, bloqueiam a entrada de outros visitantes.

Outra arma poderosa da desobediência civil eletrônica é o e-mail. Além de facilitar a propagação da idéia e a organização do protesto, ao mandar uma enorme quantidade de mensagens para um endereço selecionado é possível travar os computadores do destinatário.

O mais interessante: para funcionar, a quantidade de pessoas necessárias é proporcional aos recursos do alvo do protesto. Isto é, quanto mais poderosa a empresa, mais recursos tecnológicos pode obter, portanto, é necessária uma mobilização maior também.

O ativismo na Internet não está limitado aos protestos virtuais. Em alguns países como a China, sites como o da Anistia Internacional são bloqueados pelo governo. Para combater esse tipo de censura, grupos de programadores de todo o mundo desenvolvem maneiras para que os usuários da Internet das nações onde não há liberdade de imprensa possam acessar as mesmas informações disponíveis a todos os internautas.

É claro que na Internet alguns também ocorrem ações violentas como invasões de sites e spam (ver neonews 21/04/2000), tão condenáveis quanto os seqüestros, explosões de carros bombas, etc. Mas, tão importante quanto saber as regras do mundo virtual, é manter sobre elas uma visão crítica e saber como contestá-las de maneira civilizada e pacífica.

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