Erika Palomino, enfim, deixa de ter coluna

Em meio a tantas notícias ruins, o fim da coluna da Erika Palomino na Folha de S. Paulo, anunciado por ela na última sexta-feira, é algo que merece ser comemorado.

Erika encarna alguns dos piores vícios da imprensa e da sociedade brasileiras: apadrinhamento, louvação da mediocridade, preconceito, aceitação acrítica do que vem de fora embalado como novo...

Como se esquecer, por exemplo, de Erika criticar um evento por ter sido realizado perto de alguma estação do metrõ paulistano, já que, assim, o acesso dos clubbers da periferia _que tiveram a definição de cybermanos popularizada por ela_ ficava mais fácil.

Ou das inúmeras citações de Erika a amigos próximos e parentes. Para não perder o hábito, ela deu um jeito de colocar o marido e DJ Felipe Venâncio e o estilista Alexandre Hercovitch, apadrinhado desde sempre, na última coluna.

Se você a leu alguma vez, também já deve ter passado os olhos pelos nomes ou fotos de figuras como Johnny Luxo e Marcelona. Agora, que mal pergunte: o que esses personagens de si mesmos já fizeram para merecer tanto espaço num jornal do porte da Folha?

Só não vale crucificar a Erika por endeusar o que chega de fora com o rótulo de novo. Afinal, quem dos colunistas de música jovem e de comportamento no Brasil não faz isso? Ou nós mesmos quase todo santo dia?

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