Exagero e Segurança

A impressão de que as fraudes e roubos na Internet são causados por piratas grandes conhecimentos tecnológicos cultivada pelo cinema e parte da imprensa é certamente exagerada.

Atualmente, os estelionatários causam muito mais prejuízos na Rede que os hackers.

O medo de ter o número do cartão de crédito roubado por piratas é um dos mitos que precisam ser colocados em perspectiva.

Nos Estados Unidos, a Internet Fraud Watch e a Federal Trade Commission (FTC - Comissão Federal de Comércio) registrou 29 mil possíveis fraudes na Internet envolvendo ou não cartões de crédito.

O número é praticamente desprezível se comparado aos 22 milhões de problemas registrados dentro e fora da Rede pelas operadoras Visa e Mastercard em 1999.

É mais fácil obter os dados em um registro de compra jogado no lixo do que invadir os computadores de sites de bancos e comércio eletrõnico.

No novo mundo da Internet, a maioria dos ladrões e estelionatários continua usando os mesmos velhos esquemas para tirar dinheiros dos mais ingênuos.

De acordo com a Internet Fraud Watch, as transações realizadas nos leilões on-line representam 87% das reclamações, seguidos pelo comércio on-line em geral com 7%.

Serviços relacionados a equipamentos de informática representam 1,3%; estelionatários com esquemas do tipo "trabalhe em casa e faça muito dinheiro": 0,9%; empréstimos: 0,2%; assinaturas de revistas: 0,2%; sites eróticos: 0,2%; Viagens e passagens: 0,1% e desfalques envolvendo esquemas do tipo pirâmide 0,1%.

Mesmo os piratas com grande conhecimento tecnológico costumam usar com muito sucesso técnicas off-line, pois o problema de segurança não pode ser resolvido apenas com recursos tecnológicos.

Funcionários sem treinamento e descuidados são uma porta de entrada mais fácil para os piratas.

Os hackers freqüentemente usam com sucesso uma técnica muito simples: o "social hack".

Os piratas telefonam para um funcionário fingindo ser do suporte da empresa e, alegando algum problema técnico, conseguem obter uma senha para a entrada nos sistemas da empresa sem precisar encostar o dedo no teclado de um computador.

Além disso, os invasores de sistemas sabem que a maioria das senhas é baseada em nomes de filhos, esposas, datas de aniversário, etc.

Muitas senhas são guardadas em agendas ou sob o teclado do computador, tornando-se alvos fáceis para gente desonesta.

Os conselhos para evitar problemas com comércio eletrõnico são os mesmos do mundo real: faça negócios com empresas que você conhece e confia.

Se o parceiro for novo, busque informações e referências e entenda bem os termos do negócio antes de fecha-lo.

Guarde toda a documentação possível e não forneça informações que não sejam necessárias para a realização da transação.

Com algum cuidado não há motivo para não realizar negócios na Rede. Com certeza é mais seguro que parar nos cruzamentos de grandes cidades brasileiras durante a madrugada.