Feminismo Contemporâneo Metrossexual

Nas sociedades surgidas sob a influência grega, a ordem natural das coisas durou quase 3 mil anos. Entretanto, no final século XVIII, as algumas mulheres finalmente ficaram entediadas com os afazeres reprodutivos e domésticos.

Então, durante o burburinho de novas idéias do iluminismo, peruas como Lady Mary Wortley Montagu e a avó do Frankenstein, Mary Wollstonecraft, inventaram o tal do feminismo.

Foi o começo do fim da hegemonia do cromossomo Y no mundo dominado pelo pensamento anglo-saxão do qual atualmente fazemos parte da periferia. O declínio foi lento, o turning point ocorreu nos anos 60 do século passado.

As mulheres queimaram sutiãs e lutaram para ter os mesmos direitos dos homens, inclusive o de manter os pêlos nas axilas e outras partes do corpo. Essa igualdade concebida pela elite das mentes hippies quimicamente alteradas foi polida nos últimos 40 anos.

Nestes primeiros anos do século XXI, a depilação voltou a causar dores periódicas nas moças de boa família e a repressão ao sistema disgestivo ainda justifica a existência de iogurtes supostamente capazes de aliviar a prisão de ventre crônica destinados ao público feminino.

Várias outras conquistas reais foram consolidadas Nenhum membro civilizado de uma sociedade de tradição judaica-cristã atual afirma publicamente que mulheres deveriam ganhar menos quando exercem as mesmas funções ou que "lugar de muié é na cozinha" sem despertar olhares de reprovação.

Vitórias justas, sem dúvida.

O problema é a completa falta de resistencia à crescente influência cultural feminina nos últimos tempos, simbolizada pelo fenõmeno "metrossexual" (as frangas que não dão o cú, como definiu um amigo meu).

O antigo jeito de pensar masculino perde cada vez mais espaço na mídia para coisas como o programa chamado Contemporâneo (GNT).

Um programa para homens modernos que reúne o que há de mais sofisticado e de interessante no universo masculino.

Contemporâneo traz dicas e tendências em beleza, comportamento e hábitos de consumo para homens. A apresentação é de Christiano Cochrane.

O programa conta ainda com quadros fixos como à€œHomem no Espelhoà€, à€œConsumo Vipà€, além de trazer reportagens especiais sobre atualidades e um bate-papo exclusivo com uma mulher bonita com direito a ensaios fotográficos no final de cada episódio.

Seções:

HOMEM NO ESPELHO - nesta quadro, os homens perguntam o que fazer para solucionar o seu problema de beleza. Dá para fazer a barba com cera de depilação? Qual a quantidade adequada de gel ou mousse para o cabelo oleoso? A partir de que idade é bom começar a usar creme anti-rugas?

CONSUMO VIP - Uma seção de consumo com objetos de desejo masculino - tipo Vitrine Superbonita. Da caixa de ferramentas de grife ao novo hidratante para homens, passando pelo último lançamento de tênis.

PORTFOLIO - Um ensaio assinado por um fotógrafo convidado, que vira um clipe nos últimos momentos do programa.

Nada contra o domínio do pensamento feminino. Cérebros mais influenciados pela testosterona já fizeram muitas bobagens e tá na hora mesmo da humanidade variar.

Contudo, como representante do sexo masculino que gosta de usar cuecas velhas e lava o cabelo com sabão de cõco seguindo a tradição dos primeiros caçadores/coletores que exploraram terra, mar e céu, desenvolveram mitos envolvendo cavernas até chegar a televisões de plasma nas quais são exibidos filmes do Rambo, queria saber se em uma sociedade dominada pelo lado feminino:

- Esteticistas vão ter mais importância que engenheiros?
- A moda vai substituir a tecnologia?
- A astrologia vai definitivamente tomar o lugar da astronomia?
- O Instituto do Coração vai ser trocado pelo Instituto do Silicone?
- A "mentalidade starbucks" (veja nota) será dominante no consumo humano?

PS: ia encaixar no texto em algum lugar, mas tõ com preguiça. Tava olhando o tal do "Contemporâneo" e notei que o quadro "Consumo VIP" mistura creminhos e shampoos de marcas populares com velhos standards do luxo como canetas Montblanc.

Aparentemente, estão tentando emprestar um pouco do glamour das coisas usadas há anos por gente que quer parecer VIP para produtos feitos por empresas fabricam coisas para abastecer supermercados.

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