ICQ
Nesta semana vamos discutir os serviços de mensagens instantâneas, o terceiro recurso mais usado da Internet, perdendo apenas para o e-mail e para as páginas Web.
O primeiro e mais popular sistema, o ICQ (em inglês a sigla soa como "I seek you", algo como "eu procuro você"), ficou em quinto lugar no último ranking da Internet brasileira divulgado pela Media Metrix.
A idéia é simples. O serviço de mensagens instantâneas vasculha a Internet e informa se as pessoas conhecidas e registradas no sistema estão conectadas. Se dois amigos estão on-line ao mesmo tempo, podem trocar mensagens "ao vivo".
O sistema criado em 1998 pela empresa israelense Mirabilis ficou na frente de sites como IG e Terra que fizeram grandes investimentos na publicidade tradicional, comprovando a eficiência do boca-a-boca na Internet.
São quase um bilhão de mensagens trocadas diariamente em todo o mundo. Não são apenas fofocas adolescentes. Nos últimos tempos, estão sendo usados para melhorar o contato entre funcionários e fazer pequenas conferências.
Atualmente, o sistema pode transmitir também imagens e sons. Essa característica, aliada a crescente capacidade multimídia da Rede, motivaram as restrições impostas para a fusão entre a Time-Warner e atual proprietária do ICQ, a America on-line (AOL).
Para autorizar o negócio de U$ 112 bilhões, o governo dos Estados Unidos exigiu que a AOL abrisse o sistema para que seja compatível com seus concorrentes. O objetivo é evitar que as duas companhias consigam monopolizar o futuro mercado de TV interativa.
O conteúdo da Time-Warner e o domínio do novo canal de distribuição da AOL juntos poderiam gerar um problema semelhante ao criado pela AT&T que dominava o mercado simplesmente tornando seus sistemas de telefonia incompatíveis com os dos concorrentes.
O exemplo do ICQ ilustra alguns aspectos da nova economia. O serviço ganha mais valor quanto mais pessoas estiverem registradas seguindo a "Lei de Metcalfe" (ver neonews 16/06/2000).
Além disso, os próprios usuários têm interesse em convidar seus conhecidos a participar, sendo também um exemplo clássico de marketing viral (ver neonews 21/07/2000).
Finalmente, apesar de ter sido comprado por uma empresa americana, a idéia saiu do deserto de Israel, provando ser possível criar produtos de sucesso fora da terra do Tio Sam. (ver Manifesto).
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