Suphala, tablas e o hip-hop indiano

O New York Times destaca a tentativa de lançar introduzir a tabla (tambores indianos parecidos com bongos, mas muito mais expressivos e complexos) no cenário pop americano.

A embaixadora eleita da tabla no ocidente é a indiana americana, Suphala Patankar (30), que está fazendo apresentações em bares e pequenas casas de shoe em Nova York.

A reportagem do New York Times mostra os esforços da gravadora para tornar o instrumento indiano palatável para os ouvidos menos pacientes.

"We want to share her with any crowd," said Donna D'Cruz, the founder of Rasa Music, Suphala's record company, and the wife of Tom Silverman, who started Tommy Boy Records. "It should be Tonic as much as Diane Von Furstenberg's. The challenge is to make it palatable and to create a bridge between cultures, and we think having a jazz influence and a connection to hip-hop is the way to do it."

Dos esforços marqueteiros não musicais, Suphala não aceitou a mini-saia, mas teve que desistir do sobrenome e tirar fotos no estilo "cantora popular gostosa" para capa do CD...

"I've always kept in mind paying respect to where this art came from," she said. "The idea of marketing, those two worlds don't overlap." When her producers suggested she wear a miniskirt on her CD cover, Suphala said she told them, "I wouldn't be caught dead like that on a record cover."

There have been a few compromises. Suphala - the name means fruitfulness in Sanskrit - dropped her last name, Patankar, for simplicity's sake. In the photographs accompanying her CD, "The Now," she's clad in Jean Paul Gauthier and Dolce & Gabbana and displays a J. Lo-style make-over.

A moça não é ingênua... tem contatos que vão de Sean Lennon e Vernon Reid até Salman Rushdie... já até participou de um tour da banda Porno for Pyros nos anos 90. Por isso,
fico sempre um pouco irritado com esse filtro imposto pela mediocridade do mercado.

Será que todos os artistas precisam destes mecanismos criados para nivelar por baixo o esforço intelectual e sensível do público?

No fundo, já desisiti há anos de reclamar de coisas como Britney Spears, Madonna, Menudo, Nsync, etc. O povo que consome esse tipo de coisa gosta e fica feliz. Os marqueteiros estão entregando o produto que prometeram... o foco do esforço publicitário nunca é a música. Aposto que vc nunca viu alguma entrevista jabá dessa gente falando de ritmo (3/4, 4/4... não "ritmo da moda"), harmonia, improvisação, modos, tonalidade, etc.

Não adianta ficar bravo com "é o Tcham!"... Entretanto, o filtro do mercado aplicado à música de verdade me preocupa. Aparentemente Suphala é uma instrumentista séria. Foi discípula do guru Alla Rakha Qureshi...

On that trip Suphala lived in Bombay for three months. Over the next eight years, until Alla Rakha died in 2000, she made annual trips to study with him, each lasting three to six months, staying in the servants' quarters of his family's apartment by the sea. Back home she spent hours practicing each day. Though she enrolled at the San Francisco Art Institute, Suphala said, "I was much more into tabla than into college."

Será q alguma coisa nova de verdade (daquelas q normalmente são difíceis de engolir da primeira vez) não está deixando de ser criada em nome da acessibilidade?

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