Economia Solidária e microcrédito
Obviamente existe uma necessidade assistencialista no Brasil. A fome não espera.
Discutir a forma de ser distribuída a grana para compra de comida deveria ser uma questão técnica.
O governo FHC e a Dona Ruth montaram um sistema que aparentemente funciona com o Bolsa Escola, etc.
Precisamos olhar um pouco mais à frente e dedicar energia para criar coisas novas para o departamento de "ensinar a pescar".
O Paul Singer deu uma entrevista bacana no estadao.com.
Uma amiga jornalista (que tb estudou na LSE) é defensora do modelo Grameen Bank, uma iniciativa fantástica que deu muito certo em Bangladesh...
Tõ estudando como fazer aqui... as principais diferenças entre o Grameen e os "Bancos do Povo" daqui é a burocracia.
O Grameen é baseado na confiança. A fiscalização é feita pela própria comunidade. Há um conjunto de regras e critérios rígidos para os empréstimos e o crédito não é fornecido para todo mundo.
Assim, os que estão na fila controlam os pagamentos e cumprimento das normas estabelicidas.
Já nos "Bancos do Povo" brasileiros para conseguir um empréstimo é preciso ter avalista, empresa com mais de seis meses existência, etc.
No fundo a lógica do sistema bancário tradicional. Ou seja, os critérios são matemáticos.
Há espaço para iniciativas do tipo "Banco do Povo"... mas não para o mesmo público do "Fome Zero".
Temos uma tradição de negócios feitos na base da confiança.
Onde neste planeta existe uma loteria informal com a credibilidade do "Jogo do Bicho"?
Eu gostei bastante do Grammen... O mais bacana: tudo começou com um capital de U$ 498. (Todos os balanços estão na Internet).
Preciso ainda ler o livro do inventor e administrador da iniciativa, o Prof. Muhammad Yunus.
Entretanto, se mais alguém quiser conversar a respeito podemos discutir aqui mesmo no Blog. Se tiver movimento posso montar um fórum....
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Comentários
Covarde Anônimo (não verificado)
seg, 17/09/2007 - 22:19
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MICROCRÉDITO
Pode parecer loucura, porém venho estudado desde 2003 as nuances do mercado brasileiro, em especial o da região metrolitana de Porto Alegre, aqui no RS, e tenho observado mudanças significantes nos créditos concedidos, e através destas observações venho pensando e tentado implantar um "Projeto" muito parecido com o que foi implantado pelo Sr. Yunus, em Bangladesh, claro que com suas diferenças, e sinceramente nunca havia estudado ou lido alguma coisa a respeito e fiquei surpreso com o foco com o qual o Sr. Yunus criou este trabalho. Minha participação é de tentar conversar melhor com outras pessoas e se possível implementar na minha região, e quem sabe estender-se para o resto do País.
Benjamin Bof (não verificado)
qua, 23/03/2005 - 12:38
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PRODUÇÃO INDUSTRIAL SEM CAPITAL
A invenção da máquina a vapor por James Watt permitiu o começo da revolução industrial. Com as hilanderias de Manchester, Inglaterra, surgiram também as agrupações de trabalhadores e as análises de Karl Marx das relações entre os fatores que interveem na economia como capital, máquinas e mão de obra, introduzindo o conceito de "plus valia" em sua obra principal "Das Kapital". A começos do século XX , o engenheiro John Taylor da Bethleem Steel dos Estados Unidos racionalizou a utilização da mão de obra, criando o diagrama "bimanual" e "homem máquina", onde analizava os tempos de empregos dos braços e as mãos dos operarios. Conseguiu um aumento de vinte por cento na produção de laminados de aço em 1918. Nessa época Henry Ford aplicou a linha de montagem onde os automóveis eram produzidos em movimento. Isto levou Charles Chaplin a realizar o filme "Tempos Modernos" onde ironizaba as conquistas da alta produtividade. Na década de 40, Mahatma Ghandi distribui por toda a India ruecas para que os hindus hilaram a pluma do algodão e dessa forma, fabricaram seus vestuários para neutralizar o monopólio de Liverpool , que ainda existe, do comércio do algodão. Na década de 60 durante as lutas de direitos civis, o pastor Vernon Jones, companheiro de luta de Martin Luther King propõs un "contraembargo" a causa de discriminação e disse:"Não compremos nada aos brancos, produzamos tudo o que consumimos". Outro integrante do movimento produzia melões que vendia livremente. Em 1987,este que escreve Benjamin Bof do La Prensa, Jorge Alonso do Clarin e Nero Tello do Cronista ;tudos jornais de Buenos Aires; participávamos de um programa de rádio que se trasmitia aos sábados a todo o pais e paises vizinhos, a través de LRA Radio Nacional en 870 kiloherzios. Certa vez entrevistamos a um integrante de "Huerta La Anunciación" que defendia a produção de uma "caixa verde" que se entregava a domicilio para o consumo familiar de legumes de uma semana. Essa vez aparecian os conceitos de "Fukuoka" que com um ar de mistério defendia a produção orgánica de alimentos.O governo argentino sabiamente, organizou esses conhecimentos e criou os fundamentos do programa de autoprodução de alimentos por intermédio do INTA(Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuaria) denominado "Pro Huerta". De essa forma dois instrutores repassan o conhecimento a cem voluntários que repartem cento e quinze gramas de sementes no verão e outros no inverno por familia e assim conseguem alimentar aproximadamente 15.000 pessoas. Atualmente, esse plano dá sustento a varios milhões de pessoas e o MAPO (Movimiento Argentino de Producción Orgánica)é um exemplo no mundo. A concentração de tecnologia e a automatizção deixaram a uma porcentagem muito grande de pessoas sem participar do consumo. È necessário criar com leis proprias uma "Economia 2" para amortecer o impacto e reparar os danos da "Economia 1". Aqueles pioneiros da produção orgánica criaram o "Club de Bernal" no municipio do mesmo nome, na zona sul de Buenos Aires. A estes produtores resultou muito fácil se autoabastecer de alimentos, mas para satisfacer outras necessidades, criaram o "Club del Trueque" ó Clube das Trocas, e implantaram a "troca multireciproca"e o "crédito", uma espécie de moeda alternativa, que tem uma brasileira como impulsionadora a socióloga Heloisa Primavera. Nossos trabalhos aqui em Brasil estão afiliados a fortalecer aquele sistema com uma produção unitária, "quadro a quadro", com insumos não homogêneos provenientes da sucata que é produzida "in situ" sem stock. De acordo com a necessidade com uma máxima utilização da mão de obra e as equipes locais; substituindo o dinheiro escaso pela mão de obra abundante. De este modo , o reciclado é direto e o circuito da sucata é mais curto. A estrutura do custo e preço é direta sem amortizações nem custo de capital.Como o transporte rodoviário esta intimamente ligado á produção primária ambos encontrando um "emprego útil" a todos os elementos que aparecem como residuos de esta atividade. Assim rolamentos se transforman em facões de mato, molas de caminhão em morsas e machados.Os pneus se reaproveitam para produzir botinas, asfalto "emborrachado", energia para fornos de cal e cimento; gas para mover motores estacionarios de geração elétrica dos centros urbanos. Temos informado ao Departamento de Ingenieria de producción de la Universidad Nacional de La Plata do nosso trabalho CLIP(Capital Less Industrial Production) para que os profissionais da engenharia em regiões de escaso desenvolvimento carentes de infraestrtura de apoio possam satisfacer as necessidades da sociedade sem deixar um planeta pelado e poluido as gerações futuras de acordo aos lineamentos de desnvovimento sustentável publicados por "Interaction" en Washington, USA ,em 1986.Atentamente;Benjamin Bof.
benjaminbof@yahoo.com.ar
Anônimo (não verificado)
qui, 17/03/2005 - 08:46
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Reforço, porque também gost
Reforço, porque também gostaria de ter, toda a documentação referente à formalização de cada projecto...
A filosofia subjacente ao microcrédito eu conhço-a...quereria ter os aspectos burocráticos quer p o processo do interessado quer com o banco
Benjamin Bof (não verificado)
qui, 17/03/2005 - 08:30
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Nadie es profeta en su tierra
La socióloga Heloisa Primavera de origen brasileño trabaja en Argentina con espectacular suceso en Economia Solidaria de alli nuestro titulo. En Campina do Monte Alegre se constituyó un grupo de trbajadores como "Multicooper" y se emitió la moneda "campino real" todo ello descripto en su página www.heloisaprimavera.com "CAPITAL SOCIAL y MONEDA SOLIDARIA". En Carmo da Cachoeira MG se entrega un vale por la realización de trabajos sociales que puede ser cambiado por alimentos. El "Club del Trueque" (Clube das Trocas) está organizado en Uruguay, España y otros paises de America Latina con millones de adherentes. Es retornar al "escambo" ,"brique", "rolo" de las comunidades campesinas. Estos Clubes surgieron despues del Club de Bernal en los alrededores de Buenos Aires que se iniciaron cambiando alimentos orgánicos por otros elementos necesarios para la vida. Atentamente. Benjamin Bof
benjaminbof@yahoo.com.ar
Covarde Anônimo (não verificado)
qua, 17/11/2004 - 23:50
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Grameen-aspectos burocráticos
Gostaria de saber mais detalhes a respeito do tipo de controle feito pelo banco para conceder o emprestimo e garantir o recebimento do dinheiro.
O que eu sei do grameen bank é que ele foi um dos primeiros a oferecer crédito aos deserdados, gostaria um pouco de saber a respeito dos aspectos burocráticos paar a concessão do crédito
china
qui, 18/11/2004 - 07:51
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a idéia é ter pouca
a beleza do sistema é que o controle é feito pela comunidade mesmo... Quem está na fila para receber a grana fiscaliza o pagamento dos que já receberam. São grupos relativamente pequenos no inicio e todos são obrigados a participar de encontros onde são reforçados os conceitos e os critérios rígidos e impessoais.
Não é um banco, como o "banco do povo".
O site deles tem toda a "receita" de implementação e vc pode ler tb o livro "Banker To The Poor: Autobiography of Prof. Muhammad Yunus". Acho que tem em português.
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