Gibson Robot Guitar: Tecnologia para quê?

Rola uma discussão no radinho sobre tecnologias na Guitarra despertada por esta nota Edu Giansante sobre o lançamento da Gibson Robot Guitar.

De acordo com o depto de mkt da Gibson, a nova Les Paul vai mudar o mundo da guitarra para sempre....

On December 7, 2007, Gibson will change the guitar world forever. Again.

True to the spirit of innovation that inspired Gibson to invent the legendary Tune-o-matic bridge, the powerful humbucker, and the revolutionary Digital Les Paul, Gibson proudly presents the Gibson Robot Guitar—the world's first guitar with robotic technology.

Since the dawn of the instrument, musicians have come to accept the guitar's imperfections and lack of tonal precision as necessary evils. Onstage and off, guitarists have fought to stay in tune. Every music lover and performer has had to suffer through the show—halting, mood-killing atonal droning of a loudly amped guitar being brought into tune. And in the studio, or at home, imprecise intonation throws the guitar in and out of tune, up and down the neck, as the instrument requires tweaking with each season and at times with each string change.

For as long as the guitar has existed, guitar lovers have had two choices—live with a temperamental and out-of-tune instrument or make frequent trips to the shop for setups. Not anymore.

Introducing the Gibson Robot Guitar. All you have to do is play it.

Mkt é uma coisa maravilhosa... principalmente quando tentam criar uma necessidade nova e perdem a vergonha de exagerar.

Talvez seja um sinal dos tempos...

Mas acho estranho que os caras que fizeram coisas como a 335 do BB King, a SG do Angus Young e a Flying V do Dr. House tenham que fazer auê com linguagem "facas ginsu" desse jeito.

Pô, mas Gibson no meu tempo era sinônimo de qualidade... de guitarras feitas com as melhores madeiras e ótimo acabamento.

Coisas que demandam mão-de-obra cara e uso de materiais que não são mais abundantes na natureza... Será falta de brazilian rosewood? Ou a qualidade não é fator suficiente para cobrar mais caro que todo mundo?

Provavelmente eu tô errado... Talvez, os adolescentes acreditem que Guitar Hero (uma mistura de Genius com Air Guitar) tem algo a ver com o que o Jimi Hendrix fazia.

Para esse público, afinar uma guitarra deve ser um esforço terrível. Um mistério digno de detetives britânicos viciados em cocaína.

Guitarras e violões desafinam durante apresentações desde que eram alaúdes. Aquelas pausas para afinar fazem parte do ritual.

Se fosse um problema real, um violão robô seria mais útil que uma guitarra. Violão desafina mais. A variação da temperatura ambiente é suficiente se vc tiver um ouvido muito bom.

Guitarra desafina bem menos... Fiquei uns 3 meses sem tocar minha Strato 1996. Quando fui brincar de novo, as cordas estavam enferrujadas, mas afinadinhas. (minha ponte fica "deitada" o que ajuda)

Além disso, no mundo da guitarra, se vc é amador como eu, não custa nada perder um minutinho para afinar a guitarra. Se vc for profissional, o problema é
do roadie...

Na discussão do radinho acabei vestindo a carapuça de "conservador" pq não vejo nenhuma graça na tecnologia digital aplicada à instrumentos de corda.

Guitarra com midi, por exemplo, é daquelas coisas que não vejo muito sentido. Talvez como interface para quem tem preguiça de aprender a usar um
teclado.

Midi imitando som de guitarra não soam bem e IMHO nunca vão soar. O problema não é a latencia ou a fidelidade da gravação dos samples.

Para os da geração Guitar Hero é fácil de explicar. É a mesma diferença de jogar Gran Turismo com um joystick analógico ou um digital.

Guitarra é um instrumento analógico. A graça está no bend, no vibrato, no tapping, na força que vc toca a corda, nos harmônicos, etc. Coisas q são difíceis de simular no mundo digital. Coisas estão no meio termo, no chiaro oscuro, etc..

O problema é a interface. É fácil simular todos os sons, mas não é pratico entrar os dados de pequenas variações possíveis em cada nota usando um teclado ou outra interface.

Talvez dê para incluir os dados das variações na edição... mas guitarra é um instrumento que vive da improvisação... Não dá para desprezar o fator "tempo real". Qualquer membro de qualquer banda sabe que o guitarrista precisa levar bronca para parar de solar.

blog:

Comentários

O fato de termos ancestrais como o alaúde não quer dizer que devamos ficar presos à tecnologia do tempo do alaúde. Uma guitarra que se afine é bem-vinda, sim. São novos tempos (ainda bem), novas tecnologias. Tiremos proveito delas, pois.
Ou, então, vamos aposentar os teclados eletrônicos e todo mundo voltar a tocar só os velhos cravos, as celestas. Estes citados instrumentos são maravilhosos. Mas, resultam do que os antigos podiam produzir em sua época.
Estamos no Século XXI, e não vejo nenhuma reclamação pelo fato de os teclados não necessitarem de afinação por parte do instrumentista. Os eletrônicos já vêm afinados. Os acústicos, geralmente, não são afinados pelos instrumentistas e, sim, pelos profissionais da área: os afinadores.
Quem nasceu pra afinar é afinador. Músico nasceu pra tocar. O resto, ou é saudosismo ou é uma postura - data venia - reacionária.
E viva o futuro.
Tom Tavares - Salvador - Bahia

Será que essa e o começo da evolução das guitarras, isso e bom más pra quem ja sabe afinar pois ficar dependendo de um instrumento que se afina sozinho e muita cara de pal, bem eu não sei afinar mais que custa tentar aprender e bom ter o ouvido apurado,a tecnologia esta transformando os novos guitarrista tipo eu em simples escravos da tecnologia que nem pra afinar um instrumento vamos ser capazes pelo fato de estarmos acomodados com essa tecnologia, como eu falo a tecnologia e boa mas e sempre bom saber afinar um instrumento de ouvido não sejam parasitas aprendam a afinar de ouvido ai depois pega aqueles aparelhinhos porisso e bom sempre ter um professor.
MAS SE NÃO SABEM AFINAR TOCAR UM INTRUMENTO DESAFINADO E TERRIVEL E A ATE BOM USAR ESSES APARELINHOS MAS SE ESFORSEM PARA APRENDER AFINAR DE OUVIDO, POIS SE NÃO VÃO SER RUINS DE OUVIDO A VIDA TODA.

"Provavelmente eu tô errado... Talvez, os adolescentes acreditem que Guitar Hero (uma mistura de Genius com Air Guitar) tem algo a ver com o que o Jimi Hendrix fazia. Para esse público, afinar uma guitarra deve ser um esforço terrível. Um mistério digno de detetives britânicos viciados em cocaína."
Pô, bicho... você não acha que pegou pesado demais com a turminha que joga o Guitar Hero?
Eu jogo, e sei exatamente que não tem a ver com a realidade, é só uma simulação pra quem, como eu, adoraria saber tocar guitarra, mas não sabe. Eu até mando bem no violão, mas enfim, hehehe... e admiro profundamente a guitarra de verdade. Mas, como sou preguiçoso, me contento com o game.

O conceito de som de aluno eh o que na minha opiniao acontece com essa entrada desses instrumentos "modernos". Acho que a humanidade ja esta passando do ponto em alguns aspectos. Assista uma orquestra tocando no teatro municipal, e depois escute a mesma musica no seu I-pod. Nao eh a mesma coisa, ate com o CD agente perde.
Essa historia de Gibson Robot nao vai vingar, vai ser sempre um wanna be, preso ao original. Eh igual a comer uma pasta sabor churrasco e dizer que eh tao boa quanto o churrasco, fala serio.
Vamos criar um conceito. As guitarras deveriam ser imutaveis desde 1955 ate 1985. Quem inventar algo diferente deveria chamar de outro nome. E assim agente deixa isso acordado e trata esse assunto como verdade absoluta e imutavel perante a evolucao humana. Quen concorda ?

atrasado, mas vai meu comment:

concordo e discordo. Concordo que não é a mesma coisa, e quanto mais automatizam, menos graça vemos. Tem coisas que PRECISAM ser manuais/artesanais para fazerem um sentido na vida. Assim com a bateria (originalmente sou baterista!) não tem NENHUMA bateria eletrônica que tenha um som tão 'real' quanto uma bateria acústica, e não adianta tentarem convencer. nenhum software, nada me pareceu 100% natural.

Agora, se essa guita fosse da Casio, concordo em poder ter esse recurso. soaria mais normal.. realmente, a gibson fazer isso, ou até uma fender.. soa meio 'traidora do sistema'..digamos assim.

Olá. Eu consegui ficar com uma e devo dizer que esta coisa da afinação robot é mesmo muito boa... mas... ofusca o facto de esta guitarra ser mesmo uma gibson les paul, e das melhores!
Não é só o sistema robot que fazem dela uma guitarra unica, são as cores, o acabamento em nitrocelulose (nunca mais será usado em mais nenhuma gibson) e, claro, o som classico de uma gibson les paul, e sempre afinadinha, e com troca de afinações em segundos. e mais... estive a entoa-la com o sistema. O 12º trasto está sempre certinho. A aplicação pratica? bem ao vivo é evidente, troca de afinações sem ter mais guitarras. Em estudio? Tempos de gravação reduzidos porque não ha falhas na afinação, é rapida de afinar, etc... Portanto caro amigo: purismo sim, extremismo não. Uma LP de 56 é uma Lp de 56. Esta é uma LP de 2007. Vamos parar no tempo não? Pensa antes na LP Digital Guitar. Isso é que é um conceito "polemico".

Olá,

Não sei se ficou claro... Meu problema não é com a guitarra em si... Me incomodou o tom do mkt da Gibson...

Acho que uma empresa com uma tradição e nome no mercado ligado à qualidade não deveria fazer uma campanha de mkt com o tom desesperado estilo "1406".

Les Paul não é máquina de fazer abdominal nem meia calça com enchimento.

Acho exageros marqueteiros como "Gibson will change the guitar world forever. Again" prejudicam a imagem da empresa. Parece desespero.

Por mais que seja um recurso bacana não vai mudar o mundo da guitarra para sempre, como fez o Seth Lover quando inventou o humbucker.

Talvez eu tenda a parar no tempo mesmo... Prá mim guitarra é um hobby. Não tenho nenhuma preocupação com a eficiência.

Eu certamente preferia ter uma 56 (é o primeiro ano dos Humbuckers, né?... eu conheço melhor a história da Fender), mas como eu não mereço tocar um instrumento tão caro, provavelmente ficaria em uma vitrine... ;)

Cogito ergo doleo

[]s
China

Olha, sou daqueles que gosta do som da guitarra até direto no ampli sem efeitos, de ficar explorando até os defeitos do instrumento.
Mas não dá pra bater muito a cabeça contra a tecnologia. Até porque ela não é nem sequer definitiva.
É inegável que uma guitarra como essa e outras com tecnologias que ainda virão desse tipo facilitará bastante o trabalho na vida do músico, na do roadie, na do operador de som, na hora de gravação em estúdio, no tempo gasto em passagem de som, etc. A essência do instrumento ainda me parece a mesma.
Madeira e mão-de-obra boas estão mais caras e mais difíceis de conseguir, isto é certo.
Mas o mais importante são as mãos de quem toca. Não acredito que esses 'guitar heroes' a que referistes serão salvos por essa guitarra. ;)
Parabéns pelo blog.

Cristiano.
cdkoetz@ig.com.br

eu tenho uma guitarra de iniciante golden les paul 105sl
e ja toquei ela com programas como box e guitar rig 1 e 2 todos os tipos de tcnologias menos e claro essa gbsom "falta de grana" todos todos mesmo esses programas não chegam nem perto de um som de uma fender ou epiphone e como o cara disse essas tcnologia ajundam mais ate certo ponto bem desnesserias e digo ja toquei com fender strato e com epiphone les paul tops e nao tive problemas em perder alguns mim para afinalas um abraco

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