Marillion dribla gravadoras e chega ao sétimo lugar da parada britânica

Mais um sintoma da doença no modelo de negócios das gravadoras. O Marillion conseguiu chegar ao UK Top 10 pela primeira vez em 17 anos contando apenas com ajuda dos fãs.

De acordo com o Register, os caras fizeram o seguinte: anunciaram uma pré-venda do disco com um ano de antencedẽncia. Conseguiram vender 13 mil cópias com o preço inflado para os mais fanáticos e juntaram grana suficiente para pagar toda a estrutura de relações públicas e jabás que normalmente são bancados pelas gravadoras.

O vocalista que substituiu o Fish, Steve Hogarth, diz que o segredo é manter um diálogo com os fãs.

... Key to this are the fans, thinks Marillion front man Steve Hogarth. "If you can enable a dialogue with your fans, you're in a position to move mountains," he notes, adding that Marillion aren't alone in nurturing this new kind of relationship. Indeed, there are plenty of other bands that have been "enabling dialogues" of their own, from old timers The Stranglers to bands with a younger appeal, such as Thrice. Steve's advice to new bands is pretty straightforward: "Instead of gigging round toilets for ten years trying to get a record deal, gig around toilets for ten years and ask people for their email addresses. If what you're doing strikes a chord, you'll be financially better off while remaining pure and free to do what you want."
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Meanwhile, the band can continue to release the music they want as author, producer, publisher and retailer - pocketing all off the cash rather than a paltry 5 per cent royalty hand-out. As the Marillion song says: "We get what we deserve."

Já comentei o exemplo de aproveitamento mais radical dos recursos da internet do modelo de negócios do Dead (veja nota) que rendeu U$ 50 milhões no ano passado. Apesar de ser uma banda extremamente rentável, os velhos hippies do Dead não dependem, nem estão interesados no "hit parade". Entretanto, se esse último bastião do monopólio das gravadoras pode ser atacado de forma independente, existe algum jeito das gravadoras sobreviverem no futuro não tão distante?

Isso é um dos aspectos bacanas das novas possibilidades de comunicação trazidas pela internet que unem diretamente artistas e fãs: atravessadores que não acrescentam valor real ao produto final tendem a perder a mamata...

Outro treco que pode ajudar a arrumar fontes de renda direta para os músicos é o quiosque descrito nesta reportagem do Yahoo!News. A idéia é vender depois dos shows os mp3 das músicas executadas em chaverinhos de memória flash que poderiam ser distribuidas livremente.

A idéia não é nova, o Dead já vende CDs com os shows em quiosques na saída. A vantagem do chaveirinho é a transferência bem mais rápida do que queimar um CD. A desvantagem: o produto é totalmente digital e o CD físico é um produto palpável e já possui um valor mais ou menos definido na mente do público. Além disso, se tiver fila tenho certeza de que o pessoal vai preferir chegar em casa e baixar o arquivo da internet.